Em setembro, a Marinha da Colômbia, com o apoio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), realizou um curso de treinamento internacional em Operações Fluviais, nas instalações do Centro Internacional de Excelência Avançada Fluvial (CIEAF), em Turbo, Antioquia. O treinamento de 25 dias contou com a participação de 24 membros das forças de segurança da Costa Rica, Equador, Moçambique e quatro colombianos.

O Comando do Corpo de Fuzileiros Navais, através do CIEAF, projetou e desenvolveu este treinamento em operações fluviais, em resposta ao aumento e expansão do crime organizado, disse à Diálogo o Capitão de Corveta (FN) Juan Camilo López, do Corpo de Fuzileiros Navais, diretor do CIEAF. “Este treinamento visa reduzir as perdas inumeráveis de vidas a cada ano, devido ao crime organizado, problemas de saúde e violência relacionados a drogas, mortes por armas de fogo, poluição ambiental, contrabando, tráfico de pessoas e tráfico de migrantes ilegais.”
Estes crimes afetam a estabilidade da região, razão pela qual existe uma responsabilidade conjunta entre a Colômbia e os países com os quais compartilha fronteiras fluviais, para combater cada um destes flagelos, explicou o CC Lopez. “O treinamento foi dirigido ao pessoal nacional e de nações parceiras que realizam operações militares em áreas de responsabilidade fluvial e fronteiriça, com o objetivo de impactar diretamente essas organizações.”
O curso incluiu instrução em armamento, direitos humanos, direito internacional humanitário, operações fluviais, manejo de embarcações, planejamento, procedimentos táticos e técnicos fluviais e sobrevivência de combate na água, disse a Marinha da Colômbia em um comunicado.
“Aprendemos muitas coisas, entre elas posso citar as manobras no ambiente fluvial, pois recebemos lições sobre a técnica correta de movimentação, atracação, navegação diurna e noturna, manuseio e disparo de armas nos barcos”, explicou à Diálogo o agente costarriquenho Ariel Ramírez, que faz parte do corpo da Polícia de Fronteiras da Costa.

Por sua vez, o Cabo Freddy Fernando Herrera Pazmino, do Corpo de Fuzileiros Navais, instrutor militar da Marinha do Equador, disse à Diálogo: “vou usar a formação que recebi em meu país ou em minha área de operação, que é o que chamamos de operações costeiras aqui no Equador, tanto no âmbito operacional, como no âmbito de segurança e procedimentos que devemos ter o tempo todo, quer o barco ou a lancha estejam atracados no cais, ou estejamos operando nos rios, nas margens ou no mar.
No final do curso, foi realizada uma cerimônia de encerramento, presidida pelo Capitão de Mar e Guerra Alejandro Emilio Albarracín, do Corpo de Fuzileiros Navais da Colômbia, comandante da Base de Treinamento de Infantaria de Marinha, que contou com a participação de Francesca Caonero, coordenadora regional para a América Latina e o Caribe do Programa Mundial contra a Delinquência Marítima do UNODC, informou a Marinha da Colômbia.
“Espera-se dar continuidade e projeções de melhorias na capacitação e padronização de procedimentos técnicos e táticos a nível operacional, para combater as redes do crime transnacional”, disse o CC López. “O objetivo é evoluir em paralelo com o modus operandi do inimigo e ser capaz de oferecer ferramentas de treinamento ao pessoal e desta forma contribuir e reduzir significativamente os crimes associados a estes crimes.”