O Ministério da Defesa (MD) do Brasil coordenou entre os dias 28 de agosto e 4 de setembro a Operação Poseidon 2021, através da qual, pela primeira vez, helicópteros e tripulações das três Forças Armadas operaram conjuntamente em um exercício de interoperabilidade, a bordo do Navio Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico, da Marinha do Brasil (MB).
O exercício conjunto aumenta a interoperabilidade, estimulando o desenvolvimento de doutrinas que priorizem e promovam a unidade entre as forças.
O chefe de Operações Conjuntas do MD, Almirante de Esquadra Petrônio Augusto Siqueira de Aguiar, da MB, explicou que em 2020 ocorreu um treinamento semelhante, porém, com o navio fundeado no mar. “Agora, nós passamos para uma nova fase, com o navio navegando. Isso tem uma diferença sensível para os pilotos, que precisam se qualificar. Teremos outras fases a serem cumpridas nos próximos anos”, esclareceu.
Foram realizadas diversas atividades a bordo do navio capitânia da esquadra brasileira. Dentre elas, destacam-se Fast Rope (técnicas de infiltração por aeronaves) e QRPB (Qualificação e Requalificação em Pouso a Bordo). Este último consiste em uma atividade voltada para a familiarização das tripulações, das aeronaves e do navio na operação de pouso e decolagem, com o navio em movimento.
Entre os participantes do exercício, estava o 1º Tenente Rodrigo Galardo, da Força Aérea Brasileira (FAB), o qual participou, em 2019, das operações de busca e salvamento na tragédia de Brumadinho, Minas Gerais, onde houve um deslizamento de terra sem precedentes na história do Brasil.
O oficial ressaltou as dificuldades de se pousar em um navio em movimento, no meio do oceano. “O maior desafio é pelo fato de não termos chegado a simular um voo como este, pois é a primeira vez que estamos realizando um pouso em algo que está se movendo. Isso realmente é novo para a gente: estar em alto-mar, onde não tem muito horizonte e não tem algo fixo para se estabilizar. Então isso acaba agregando valor na nossa aproximação”, relatou o 1º Ten Galardo.
Além das atividades já citadas, ocorreu o exercício de “hangaragem”, que é utilizado para reduzir o espaço ocupado pelo helicóptero, sendo necessária a dobragem das hélices. Já a atividade conhecida como “homem ao mar” envolve todos os militares do navio, os quais devem estar prontos para recolher um ou mais tripulantes que tenham caído na água; já o outro exercício foi o EVAM (Evacuação Aeromédica), que consiste no transporte por via aérea de militares ou civis, feridos ou enfermos.