O Almirante de Esquadra da Marinha dos EUA Craig S. Faller, comandante do Comando Sul dos EUA, garantiu no dia 19 de maio que vê “com preocupação” as atividades que o Irã está desenvolvendo na Venezuela, com o envio de navios-tanque com petróleo bruto e o interesse do país em controlar a região latino-americana.
“Eu vejo os interesses do Irã com preocupação; estamos acompanhando o assunto muito de perto e compartilhamos essa informação de inteligência com nossos parceiros” na região, explicou o alto comando das Forças Armadas dos EUA, durante sua apresentação na 5ª Conferência Anual de Segurança do Hemisfério.
O Alte Esq Faller insistiu na necessidade de continuar criando “fortes parcerias com as democracias” na América Latina e no Caribe, para fazer frente às “ameaças” de países como a Venezuela, Nicarágua e Cuba.
“Estamos em uma vizinhança, precisamos pensar em valores comuns, em culturas comuns. Estamos conectados. Vivemos em um hemisfério de maioria democrática, apesar de algumas exceções como Cuba, Venezuela e Nicarágua”, declarou, ao mesmo tempo em que enfatizou que “as parcerias beneficiam a todos e são um bom mecanismo para combater as ameaças em relação ao futuro”.
O Alte Esq Faller acrescentou que o tráfico de drogas, armas e pessoas também representa uma grande ameaça à estabilidade da América Latina e do Caribe. Ele não se referia apenas às atividades do Irã, mas também de outros países como a Rússia e a China, que “estão tentando impor sua ordem mundial no hemisfério”.
A corrupção na Venezuela é mais uma das grandes preocupações do Comando Sul, o que também está sendo exaustivamente analisado, disse o Alte Esq Faller.
O governo dos EUA anunciou uma lista de sanções contra funcionários venezuelanos, que inclui membros do governo e empresas que trabalham para o regime de Nicolás Maduro.
Na opinião do Alte Esq Faller, a grave crise humanitária, política e econômica no país sul-americano provocou o êxodo de milhares de venezuelanos nos últimos meses, o que poderá aumentar devido à pandemia do coronavírus.
“As instituições corruptas do presidente ilegítimo Nicolás Maduro fizeram com que cerca de 5 milhões de venezuelanos saíssem do país. A COVID-19 também causou impacto na economia e na segurança [do país]. Isso representa uma preocupação, porque pode se transformar em outra ameaça à estabilidade da região no futuro”, acrescentou.
Por isso, o Alte Esq Faller ressaltou que a estratégia é construir “uma ponte” que vá “desde o que somos hoje até o que desejamos ser”. Seu objetivo, afirmou, é consolidar uma região “mais segura, mais próspera e mais livre”.