O Gabinete Internacional de Assistência Antinarcóticos e Cumprimento da Lei (INL, em inglês) da Embaixada dos Estados Unidos na Costa Rica doou quatro helicópteros Bell UH-1ST ao Serviço de Vigilância Aérea (SVA) do Ministério da Segurança Pública da Costa Rica, no primeiro semestre de 2019. As aeronaves darão continuidade durante dois anos ao Programa de Capacitação Aérea, liderado pelo INL desde 2009, visando combater o tráfico de drogas, as atividades criminosas aéreas e marítimas e oferecer assistência em desastres naturais e crises humanitárias.
“Os helicópteros abrangerão todo o território e combaterão o narcotráfico e o crime organizado transnacional. Além disso, terão a oportunidade de oferecer serviços durante emergências e outras situações”, disse à imprensa Richard Glenn, subsecretário de Estado do INL. “Ano após ano vemos a eficácia na utilização das ferramentas e na capacitação que proporcionamos. A Costa Rica compartilha com os EUA a vontade e o sentido de missão coletiva para enfrentar os problemas regionais.”
O investimento dos EUA chega a US$ 48 milhões e inclui os quatro helicópteros, seu recondicionamento, manutenção, peças de reposição e treinamento para os membros do SVA. “O programa de capacitação começou com 25 oficiais do SVA entre pilotos, copilotos, técnicos de manutenção e logística”, disse à Diálogo o Capitão Juan Luis Vargas, comandante do SVA. “Iniciaremos um módulo de quatro meses com as tripulações de voo. Quando nossa equipe estiver pronta, começaremos a executar operações contra o crime organizado. A ideia é fazer com que as tripulações de ambos os países se unam durante as missões.”
O programa foi planejado para que no final dos dois anos de adestramento as unidades sejam administradas por completo pelo SVA. “As capacitações promoverão e fortalecerão as instituições de segurança do Estado. Contaremos com o apoio não apenas dos instrutores das Forças Armadas dos EUA, mas também da Colômbia”, disse o Major Patrick Beville, oficial de Relações Exteriores da Força Aérea dos EUA na Costa Rica.
Os helicópteros têm capacidade para 15 pessoas – três tripulantes e 12 passageiros –, contam com dois motores e podem desenvolver velocidades de até 205 quilômetros por hora. Sua capacidade de carga é de 3.313 quilos e têm um raio de cobertura de 337 km. Outra vantagem dessas aeronaves é que elas podem operar em terreno montanhoso e sob condições variáveis, ideais para a geografia do país.
“Essa é uma aeronave utilitária que nos permitirá uma grande autonomia; não teremos mais necessidade de pedir ajuda a outros países, pois sua cabine de carga tem duas configurações: uma para transportar passageiros e outra para mobilizar até uma tonelada de carga”, acrescentou o Cap Vargas. “Se precisarmos proporcionar assistência em uma emergência, a cabine pode se transformar em uma área médica na qual poderemos instalar até seis macas e reservar um espaço para a equipe médica. As aeronaves são equipadas com gruas para resgates verticais ou descarga de ajuda humanitária.”
As cabines das aeronaves têm proteção blindada nas laterais e sob os assentos dos pilotos. Além disso, permitem a realização de voos instrumentais e com visores noturnos. Com esse complemento de ferramentas tecnológicas e aéreas, o SVA poderá executar estratégias contra o crime organizado junto ao Serviço Nacional de Guarda-Costas e à Polícia Nacional.
De acordo com o INL, a Costa Rica está em terceiro lugar entre os países da América Latina com mais apreensões de drogas em 2018. “Em 2018, confiscamos 33 toneladas de maconha e no decorrer desse ano [2019] já apreendemos nove”, explicou Miguel Soto, ministro da Segurança da Costa Rica. “Como nosso país é uma das primeiras paradas no transporte de cocaína com destino aos EUA, nós enfrentamos as lanchas rápidas que operam a centenas de quilômetros da costa do Oceano Pacífico.”
A Costa Rica é um dos principais e mais fortes aliados dos EUA na luta contra as ameaças transnacionais na região. “Durante muitos anos, nossos países têm sido parceiros próximos operacionais e estratégicos em uma variedade de atividades de cooperação em segurança”, garantiu Hakim Hasan, adido de imprensa da Embaixada dos EUA na Costa Rica. “Através desse trabalho combinado, nossa aliança transforma as capacidades do país para garantir suas fronteiras, melhorar a segurança e abordar as causas da criminalidade.”