No âmbito de uma reunião bilateral entre os Estados Unidos e a Colômbia, realizada em 10 de março de 2022, na Casa Branca, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que declarará a Colômbia como aliado estratégico não-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o que dará ao país sul-americano um status mais privilegiado nas áreas de defesa, comércio e cooperação em segurança.
“Hoje tenho o orgulho de anunciar que vamos designar a Colômbia como um dos principais aliados não-membros da OTAN”, disse o presidente dos EUA. Por sua vez, o presidente da Colômbia, Iván Duque, agradeceu o anúncio e destacou que em breve completarão 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países. “Apreciamos muito que o senhor tenha tomado a decisão de designar a Colômbia como um dos principais aliados não-membros da OTAN, porque isso é um reconhecimento dos valores e princípios que compartilhamos”, disse ao seu homólogo dos EUA, segundo o diário colombiano El Tiempo.
A decisão do presidente Biden de elevar a Colômbia à posição de aliado estratégico não-membro da OTAN é muito importante em termos de política externa e é um privilégio que poucos países tiveram, declarou o presidente Duque em entrevista à Rádio Caracol, após a reunião na Casa Branca. A Colômbia é o terceiro país da América Latina a receber essa designação e se une à Argentina, Austrália, Brasil, Coréia do Sul, Egito, Israel, Japão e Jordânia, entre outros, que atualmente fazem parte dos 18 países aliados não-membros da OTAN.
O que isso significa para a Colômbia
Segundo o presidente Duque, esse novo status significa para a Colômbia “o fortalecimento rápido de aspectos comerciais, aspectos de investimento e acesso a financiamento por parte de entidades dos EUA”, entre outros benefícios. Em termos de segurança, tem importantes implicações estratégicas, pois “nos permite o acesso a treinamentos, capacidades técnicas, armamentos, se for necessário em qualquer momento, mesmo que temporariamente, mas essencialmente reforça a cooperação em questões de segurança, que é muito próxima entre os dois países na luta contra o terrorismo e o narcotráfico, disse Duque à Rádio Caracol. Na mesma entrevista, ele destacou que materiais de defesa, como aviões de combate, poderiam ser acessados como um empréstimo, enquanto o país passa por um processo de renovação a longo prazo, e que os serviços de inteligência e contrainteligência também poderiam ser utilizados para evitar ataques cibernéticos.
Para a vice-presidente e ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Marta Lucía Ramírez, essa designação vai além de questões militares e equipamentos militares; “também responde ao diálogo de alto nível entre ambas as nações, onde há oito questões-chave para o futuro da Colômbia e a relação bilateral: desenvolvimento econômico, educação, desenvolvimento rural, segurança e defesa, democracia, migração, mudança climática e COVID”, disse a ministra das Relações Exteriores da Colômbia.
Essa decisão sobre política externa e relações bilaterais é uma das mais importantes da história entre ambas as nações, não apenas devido ao contexto de incerteza bélica entre Ucrânia e Rússia, mas também devido às oportunidades de cooperação, tecnologia e financiamento que estão se abrindo para a Colômbia, segundo informou a mídia digital colombiana Portafolio.