Meteorologistas do Comando do Componente Espacial da Força Combinada (CFSCC, em inglês) pertencentes ao Comando Espacial dos EUA (USSPACECOM, em inglês) fazem previsões diárias do clima do espaço, a partir de sua sede no Centro de Operações Espaciais Combinadas, em Vandenberg, Califórnia, informa o portal do USSPACECOM.
As informações do clima espacial são entregues ao Departamento de Defesa dos EUA, e este “as entrega aos países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte e aos parceiros comerciais dos EUA”, acrescenta o USSPACECOM. Esse país [Estados Unidos] é o principal sócio comercial da Colômbia, Chile, México e Peru, diz o jornal colombiano La República em sua página na internet.
“Somos a única unidade que trabalha diretamente com os operadores espaciais e que fala diretamente com os líderes até o nível de quatro estrelas, sobre como o clima espacial afeta as missões do dia a dia”, disse o Primeiro-Sargento da Força Aérea dos EUA Christopher Gates, chefe de voo da equipe de meteorologia espacial do CFSCC.
O clima espacial se apresenta na atmosfera superior da Terra em forma de tempestades solares causadas por perturbações no sol, explica na internet a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA. Com frequência, as tempestades surgem perto das manchas solares e liberam raios X, luz visível e luz ultravioleta, além de prótons altamente energizados, acrescentou.
Efeitos adversos
“Demonstrou-se que o clima espacial […] tem um impacto na saúde dos seres vivos, na sociedade, na tecnologia e na infraestrutura espacial e terrestre, como os serviços modernos de telecomunicações ou de posicionamento, os sistemas subterrâneos ou no espaço etc.”, relata o portal espanhol de meteorologia MeteoRed.
Durante anos, os especialistas em meteorologia espacial do governo, a indústria e o mundo acadêmico mostraram como são vulneráveis às tempestades solares as redes elétricas e os satélites do sistema de posicionamento global, informou a revista norte-americana Space News em sua plataforma.
Um exemplo disso ocorreu no dia 3 de julho de 2021. Nesse dia, uma tempestade solar impactou nosso planeta, provocando no Oceano Atlântico um apagão de rádio de ondas curtas em frequências utilizadas por companhias aéreas comerciais, gestão de emergências e defesa, relatou o jornal mexicano El Financiero.
Em abril de 2019, o satélite Intelsat IS-29e teve uma interrupção que afetou usuários marítimos, aeronáuticos e terrestres na América Latina, no Caribe e no Atlântico Norte, indicou o portal norte-americano de notícias de satélites Satelital-Móvil. Uma equipe de especialistas do CFSCC determinou que uma descarga eletrostática relacionada à atividade meteorológica solar provavelmente causou a falha do Intelsat IS-29e, segundo o USSPACECOM.
“O clima espacial é algo que tem sido negligenciado através dos anos, mas agora que o espaço é uma parte vital para proteger nossa segurança coletiva, o interesse nele aumentou”, disse no dia 11 de junho de 2021 a Brigadeiro DeAnna Burt, da Força Aérea dos EUA, comandante do CFSCC. “As previsões precisas e o tempo de manobra são o que os líderes necessitam para tomar boas decisões”, ela acrescentou.
As variações no ambiente espacial podem afetar a tecnologia de um país “que forma a coluna vertebral da economia e da segurança nacional; minimizar a vulnerabilidade diante do clima espacial deve ser uma prioridade”, ressalta o portal do Instituto de Geofísica da Universidade Nacional Autônoma do México.
Buscando minimizar os danos, o USSPACECOM informou em um comunicado que os efeitos adversos da atividade meteorológica espacial nas operações e nos equipamentos tecnológicos aumentarão nos próximos anos, à medida que se aproxime o máximo solar, ou seja, uma maior atividade solar. Estima-se que a Terra alcance o ponto máximo no final de 2024 ou no início de 2025, acrescentou.
“À medida que o nível de atividade solar aumenta, a necessidade de manter informados os operadores e as lideranças só aumentará em importância”, finalizou o 1S Gates.