Na região sul de Quito, Equador, fica a Universidade das Forças Armadas, mais conhecida como ESPE [Escola Politécnica do Equador]. A escola foi estabelecida originalmente em 1922, como uma escola de engenharia para oficiais do exército, com foco na sua capacitação em engenharia militar. A escola passou por várias mudanças desde então, incluindo a admissão de estudantes civis em 1972.
Recentemente, Diálogo conversou com o diretor da ESPE, Coronel Victor Villavicencio, do Exército do Equador, para discutir uma variedade de tópicos, incluindo a cooperação com outras instituições em todo o hemisfério, bem como eventos programados para comemorar os 100 anos de existência da escola.
Diálogo: Qual é o principal objetivo da ESPE?
Coronel Víctor Villavicencio, do Exército do Equador, diretor da Universidade das Forças Armadas ESPE: A ESPE definiu claramente sua visão, sua missão e certos objetivos. Para resumir todo este esquema estratégico que estamos administrando, estamos aqui para poder servir à sociedade, quanto à formação de melhores profissionais de forma integral nas diferentes áreas de conhecimento que temos na Universidade, bem como para contribuir para a formação, o aprimoramento e aperfeiçoamento do pessoal militar das Forças Armadas, tanto do Exército, como da Marinha e da Força Aérea.
Diálogo: Qual é o perfil do aluno da ESPE e quais são as exigências de admissão?
Cel Villavicencio: Bem, se falamos de perfis, penso que com base em cada uma das carreiras que fazem parte de nossa oferta acadêmica, existem certos perfis. O importante é que eles tenham conhecimento na área das ciências exatas, porque nós éramos politécnicos e logicamente temos um componente muito forte nas ciências exatas. Posteriormente, eles têm que atingir um certo nível em relação à aprovação de suas matérias. Do ponto de vista acadêmico, estamos defendendo uma educação integral, pois está sempre enraizada em valores, princípios, e estamos sempre preocupados com o desenvolvimento da nação, do país e da sociedade.
Diálogo: Este ano a ESPE faz 100 anos; que evento está sendo realizado para comemorar este marco?
Cel Villavicencio: Em 16 de junho deste ano, vamos comemorar nosso 100º aniversário da criação da universidade. Muitas atividades estão planejadas. Como uma academia, estão previstos eventos culturais e eventos internacionais no que diz respeito ao Congresso Internacional de Ciência e Tecnologia, para que eles possam ver o que estamos fazendo em termos de transferência de tecnologia. Há também eventos culturais, temos eventos esportivos, temos um grande evento que é a sessão solene, na qual já está verificada a presença do senhor presidente, que logicamente quer fazer o reconhecimento do produto do trabalho que a Universidade tem feito para a sociedade e o país.
Diálogo: Quais são os benefícios da interação entre estudantes militares e civis e como a ESPE se diferencia de instituições similares da região?
Cel Villavicencio: Essa questão é muito importante. As Forças Armadas do Equador se desenvolveram em um contexto muito diferente do das forças armadas da América do Sul e, eu me atreveria a dizer, com base no que foi pesquisado, que a Universidade das Forças Armadas é única na região devido às suas características. As demais universidades que lidam com segurança e defesa são exclusivamente para o pessoal militar. Nós temos nossa própria característica, na qual a maioria de nós acolhe cidadãos equatorianos e existe realmente esta interação com os militares, para que eles possam conhecer o que os militares fazem por seu povo e sua sociedade.
Diálogo: O que o senhor pode nos dizer sobre o acordo que foi assinado com a Academia de Guerra do Exército?
Cel Villavicencio: É um acordo que nos permite fortalecer. Logicamente, sempre tivemos essa coordenação com a Academia e temos essa preocupação, como disse, como parte da nossa missão em termos de aperfeiçoamento profissional e de proporcionar as melhores competências ao comando militar, pois estamos fortalecendo tanto os oficiais, como as tropas, nas diferentes ofertas. Por exemplo, há o reconhecimento direto da formação militar com um diploma acadêmico, tanto para oficiais quanto para voluntários, o que corresponde a graduações e pós-graduações.
Diálogo: E, por último, que legado o senhor gostaria de deixar para seu sucessor?
Cel Villavicencio: Esta é uma pergunta de muita responsabilidade. Todos aqueles visionários de reitores oficiais do nosso Exército atuaram e trabalharam duro para colocar a universidade nessa posição. Talvez naquela época a ambição fosse regional ou nacional. Agora, como vemos através da gestão do conhecimento, o intercâmbio de conhecimentos com outros países é para posicionar a universidade internacionalmente. Mas, sempre levando em conta e reforçando que o essencial é a segurança e a defesa.