O SS Carrera, um submarino classe Scorpene da Marinha do Chile, participou do exercício Iniciativa de Submarinos Diesel-Elétricos (DESI, em inglês), na Base Naval de Point Loma, em San Diego, Califórnia, realizado entre junho e setembro de 2021.
O DESI é um exercício da Marinha dos EUA realizado com países da América do Sul, o qual apoia suas operações de submarinos diesel-elétricos e a disponibilidade da frota. Essa foi a nona participação do Chile nesse exercício.
O Contra-Almirante Juan Pablo Zúñiga, comandante da Forças Submarina do Chile, falou com Diálogo sobre a importância da participação do Chile no DESI, as ameaças atuais combatidas pela Marinha do Chile e seu forte vínculo com a Marinha dos EUA.
Diálogo: Qual é a importância para o Chile de participar no DESI com os Estados Unidos e também com outros países da região?
Contra-Almirante Juan Pablo Zúñiga, da Marinha do Chile, comandante da Força Submarina do Chile: É extremamente importante a participação no DESI para alcançar a interoperabilidade entre ambas as marinhas e incrementar o nível de treinamento na guerra antissubmarina. Da mesma forma, o exercício Chilemar, de resgate de submarinos, é uma iniciativa de alta complexidade e que requer um treinamento dos procedimentos e normas do material que permitem desenvolver esses eventos com segurança. O conhecimento mútuo e a construção de confianças operacionais beneficiam ambas as marinhas e nações.
Diálogo: Quais são as lições aprendidas nesse exercício e como o Chile aplica isso à sua Marinha?
C Alte Zúñiga: As principais lições são o treinamento com os recursos mais avançados da guerra antissubmarina e, portanto, nos submetermos às mais altas exigências operacionais é muito demandante. Paralelamente, para a Marinha dos EUA, operar com um submarino diesel-elétrico, da mais alta tecnologia e com uma equipe treinada, é uma perfeita ameaça. Da mesma forma, o destacamento de um submarino por mais de cinco meses, longe do nosso país, é também a perfeita oportunidade para colocar em prática nossos sistemas logísticos, de planejamento e condução, para manter a operação do submarino e sua equipe sem contratempos, inclusive em meio a uma pandemia mundial.
Diálogo: O que a Marinha do Chile está fazendo para ajudar a combater e dissuadir a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada em suas fronteiras marítimas?
C Alte Zúñiga: A Marinha do Chile mantém uma vigilância constante de nossa Zona Econômica Exclusiva e áreas de responsabilidade, em cumprimento ao acordo de Nova York, com todos os recursos navais e aéreos que possui o Estado do Chile. O controle e o monitoramento são constantes.
Diálogo: Quais são algumas das outras ameaças que a Marinha do Chile está combatendo?
C Alte Zúñiga: A Marinha do Chile, além de suas tarefas de resguardar a soberania e a integridade territorial, está sempre vigilante no controle de nossos espaços marítimos, para evitar a pesca ilegal, contrabando, narcotráfico, imigração ilegal e mudança climática. Da mesma forma, controlamos nossas águas para evitar a contaminação.
Diálogo: As marinhas do Chile e dos EUA têm uma longa história de trabalho conjunto. Por que essa parceria perdurou durante tanto tempo?
C Alte Zúñiga: Porque através dos anos se construiu uma confiança mútua e conhecimentos de nossos padrões operacionais, demonstrados no DESI, RIMPAC, Team Work South, bem como em outras operações através dos anos entre ambas as marinhas. Perdurou porque temos uma visão comum da importância e da contribuição das marinhas para nossas respectivas nações.