Os governos dos EUA e da Espanha apoiam os esforços da Colômbia para deter o desmatamento e os crimes ambientais causados pelo narcotráfico e pelo crime organizado.
Por isso, os ministérios do Interior da Espanha e da Defesa da Colômbia concordaram, no dia 17 de fevereiro de 2022, em reforçar sua colaboração contra esses crimes, informou o governo espanhol em um comunicado.
Segundo o jornal El País, o ministro espanhol do Interior, Fernando Grande-Marlaska, se comprometeu na Colômbia a apoiar a Polícia colombiana e combater a destruição causada pelo cultivo ilegal da folha de coca e seu posterior processamento químico.
O apoio será articulado com integrantes espanhóis do Serviço de Proteção da Natureza da Guarda Civil e da Unidade do Crime Especializado da Polícia Nacional, acrescentou o jornal.
“Fortalecemos nossa relação com a Espanha […] para compartilhar experiências na luta contra o crime transnacional, bem como na capacitação e educação da Força Pública”, escreveu no Twitter o ministro da Defesa da Colômbia, Diego Molano.
Ecocídio
O narcotráfico provoca devastação ambiental na Colômbia. Contamina os rios com precursores químicos utilizados para processar drogas e aniquila zonas de bosques, para abrir espaço para as plantações de coca, informa a InSight Crime, uma organização de investigação e jornalismo especializada no crime organizado na América Latina e no Caribe.
“O desmatamento é a face mais visível dos crimes ambientais na Amazônia colombiana”, destacou a organização. Os dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia pagam às populações locais para que aplainem terrenos para o cultivo de coca, acrescentou a InSight Crime.
Dobrar esforços
No entanto, segundo o Ministério do Meio-Ambiente da Colômbia, a cooperação com países como os Estados Unidos está dando frutos. Entre janeiro e junho de 2020 foram desmatados cerca de 64.000 hectares, enquanto no mesmo período de 2021 a perda de bosques registrada foi menor, com 42.600 hectares.
Estados Unidos e Colômbia trabalham em projetos para deter o corte ilegal de árvores, conservar a biodiversidade e incrementar a segurança ambiental na Amazônia. Em outubro de 2021, os Estados Unidos se comprometeram a contribuir com US$ 50 milhões para apoiar os esforços colombianos contra esses delitos, informou a Chancelaria da Colômbia.
A Amazônia abriga 10 por cento da biodiversidade global, 20 por cento da água doce e 60 por cento dos bosques tropicais do mundo. Nos últimos 50 anos, perdeu 17 por cento de seus bosques nativos, informou o portal do jornal colombiano La República.
Nesse contexto, a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID, em inglês), através da estratégia Amazon Alive, ajuda o governo colombiano a melhorar a prevenção e a judicialização dos crimes ambientais, para reduzir o desmatamento e aumentar a conservação das florestas.
A Amazon Alive é implementada nos estados de Caquetá, Guaviare, Meta e Putumayo e tem vigência de julho de 2021 até junho de 2026, informa o site da USAID. A iniciativa busca aumentar o número de detenções de infratores ambientais e mobilizar investimentos de US$ 13 milhões em programas para fortalecer a capacidade de 95 instituições públicas colombianas e combater crimes ambientais, perda de biodiversidade, mudança climática, bem como capacitar 10.000 pessoas em administração sustentável de recursos naturais.
Como avanço, o Ministério do Meio-Ambiente da Colômbia anunciou no dia 15 de fevereiro a ativação do primeiro Posto de Comando Unificado Ambiental, que articulará os esforços do Ministério da Defesa, da Força Pública e da Procuradoria-Geral da Nação, para monitorar permanentemente as ações contra a exploração ilegal de madeira e alcançar o desmatamento zero até 2030.