Um avião monomotor a jato K-8 Karakorum de treinamento e ataque leve, de dois lugares, que estava em uma missão de treinamento noturno, caiu em 20 de setembro de 2021 ao norte de Omdurman, na margem oeste do Nilo, no Sudão, informou The Defense Post. O acidente, que matou dois pilotos, foi devido a uma falha técnica, disse o porta-voz das Forças Armadas Sudanesas, General de Brigada Ahmed Khalifa al-Sham, em uma declaração em 21 de setembro. A Hongdu Aviation Industry Corporation da China e o Pakistan Aeronautical Complex produzem o K-8, de acordo com a mesma fonte.
A China é o quinto maior exportador mundial de armas, com 5,2 por cento de todo o comércio internacional de armas, atrás (em ordem) dos Estados Unidos (37 por cento), Rússia (20 por cento), França (8,2 por cento) e Alemanha (5,5 por cento), de acordo com o Statista, um fornecedor de dados de mercado e de consumo baseado na Internet. Mas quantidade não significa necessariamente qualidade. Segundo várias fontes, a China tem vendido equipamentos defeituosos para seus clientes, incluindo seus parceiros da Iniciativa do Cinturão e da Rota, já que Pequim se apresenta como uma alternativa à Rússia no âmbito da venda de armas militares.
Vendendo equipamentos militares defeituosos em todo o mundo
Em novembro de 2020, o site da India TV publicou uma reportagem destacando como a China vendeu equipamentos defeituosos e falhos para suas nações amigas. A seguir, alguns exemplos, como relatado pelo site da India TV.
– A China forneceu dois submarinos obsoletos da classe Ming tipo 035G, da década de 1970, para Bangladesh. A condição desses submarinos é tão ruim que, segundo informações, eles estão parados por um tempo considerável.
– Seis aviões Y12e e MA60 fabricados na China que Bangladesh já havia rejeitado, foram comprados pelo Nepal para suas linhas aéreas nacionais, mas agora estão inoperantes, pois não são adequados para o terreno do Nepal nem têm peças de reposição disponíveis para eles. Os chineses se recusaram a considerar os pedidos do Nepal para substituí-los.
- As fragatas F22P, remodeladas, construídas pelos chineses para a Marinha do Paquistão, foram assoladas por várias avarias técnicas. Em setembro de 2018, a Marinha do Paquistão solicitou da China uma proposta abrangente para empreender a atualização/revisão de meia idade desses navios. No entanto, a China, não vendo nenhum lucro, fez vista grossa, forçando assim a Marinha do Paquistão a se voltar para a Turquia.
- Quando o Quênia comprou os veículos blindados de transporte de pessoal Norinco VN-4, o representante de vendas da China recusou-se a sentar-se dentro dos veículos durante um teste de tiros. O Quênia foi adiante com a compra em 2016 e, ao que consta, dezenas de funcionários quenianos teriam sido mortos nesses veículos. O VN-4, apelidado de “Rinoceronte”, é fabricado pela empresa estatal chinesa Chongqing Tiema Industries.
A reportagem da India TV também menciona outros incidentes envolvendo equipamentos chineses defeituosos na Argélia, Jordânia e outros países.
Cuidado com o comprador
O Paquistão é um dos países que a India TV menciona que ainda enfrenta problemas de qualidade e confiabilidade com equipamentos chineses recém-adquiridos, pois um tanque de batalha principal falhou nos testes pós-entrega e uma arma de artilharia pesada recém-adquirida enfrentou múltiplos problemas técnicos durante os testes de tiro, de acordo com The Economic Times (ET). Fontes disseram a ET que a North Industries Corporation (NORINCO) da China também está sofrendo atrasos no fornecimento de armas de artilharia de campo, e a produção dos principais tanques de batalha foi temporariamente interrompida, pois as investigações estão em andamento para determinar a razão das falhas.
Os países interessados em comprar equipamentos militares da China devem prestar muita atenção ao que R. Clarke Cooper, que serviu como secretário-adjunto de Estado para Assuntos Político-Militares do Departamento de Estado dos EUA (2019-2021), disse sobre a venda de armas chinesas, em um discurso perante adidos da defesa e embaixadores, em Washington, D.C., em 31 de outubro de 2019.
“Através de uma combinação de sistemas de preços reduzidos, tais como os sistemas aéreos não tripulados, mecanismos de financiamento predatórios e, às vezes, suborno direto, a China está usando as transferências de armas como um meio de colocar o pé na porta, uma porta que, uma vez aberta, a China explora rapidamente, tanto para exercer influência, como para reunir inteligência… Comprador, tenha cuidado. Temos visto países em todo o mundo aproveitarem a oportunidade de obter capacidades defensivas de alta tecnologia a baixo custo, apenas para ver seus investimentos significativos desmoronarem e enferrujarem em suas mãos”, disse Cooper.