O Brasil demonstrou mais uma vez seu compromisso com Mulheres, Paz e Segurança, superando a participação de mulheres oficiais de segurança em missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2022, informou o Ministério da Defesa brasileiro em um comunicado.
A estratégia de paridade de gênero da ONU 2018-2028 estabelece a participação de mulheres, por país contribuinte e em missões individuais, em um mínimo de 19 por cento, para atingir 25 por cento até 2028. O Brasil já atingiu 21,5 por cento, de acordo com os dados mais recentes do Ministério da Defesa.
“O desdobramento de mulheres brasileiras militares para ocuparem tais cargos indica o alinhamento do Ministério da Defesa e das Forças Singulares com a estratégia de paridade de gênero da ONU”, afirma o Ministério da Defesa por comunicado à Diálogo. “A Marinha, o Exército e a Força Aérea Brasileira têm contribuído com militares, homens e mulheres, para os diversos cargos disponibilizados pelas Nações Unidas, colaborando com o esforço de manutenção eficiente da paz em todo o mundo”, acrescenta o comunicado.
Entre as mulheres brasileiras que se destacaram por sua participação em missões de paz da ONU está a Tenente-Coronel Luanda dos Santos Bastos, primeira mulher da Força Aérea Brasileira a servir como oficial administrativa em missões de paz em 2017, na Missão da ONU e da União Africana em Darfur, atuando depois, em 2021, na Missão das Nações Unidas para a Estabilização da República Democrática do Congo (MONUSCO).
Há também a Capitã de Mar e Guerra Márcia Andrade Braga e a Capitã de Mar e Guerra Carla Monteiro de Castro Araújo, da Marinha do Brasil, vencedoras do prêmio Defensora Militar da Igualdade de Gênero da ONU, pelo trabalho na Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA), respectivamente em 2019 e 2020.
“Na MONUSCO, desempenhei a função de conselheira de gêneros na Força de Brigada de Intervenção em Beni, no Congo. Lá tive a oportunidade de ter um maior contato com a população local, em especial as mulheres e crianças, e pude, juntamente com os Pontos Focais de Gêneros dos Batalhões, o Time de Engajamento Feminino e o Conselheiro de Gênero do componente civil, realizar atividades em prol de promover a agenda de Mulheres, Paz e Segurança, principalmente no que tange à integração da perspectiva de gênero na missão, prevenção de violência sexual relacionada em conflito, exploração e abuso sexual, proteção de crianças e promoção da igualdade de gênero”, contou à Diálogo, em um comunicado, a Ten Cel Bastos.
A Ten Cel Bastos, que está servindo atualmente no Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), ministrando instruções para os futuros peacekeepers e compartilhando as experiências vividas nas duas missões de paz das quais participou, disse: “Hoje me sinto muito honrada por essa oportunidade e, principalmente, por saber que contribuí, de alguma forma, para ‘mostrar’ o caminho para várias outras mulheres”.
“Eu consigo ver que a ONU tem feito um esforço muito grande para aumentar a quantidade de mulheres nas operações. Então, o que eu acho que deveria ser trabalhado agora é junto aos países contribuidores de tropas, porque eles precisam investir na capacidade nacional deles. Eles têm que investir nas suas mulheres, não só agora na indicação, mas desde o início, desde o ingresso das mulheres nas forças armadas, dar oportunidades iguais na carreira, investir nessa qualificação e acreditar que elas vão fazer um bom trabalho aqui. Encorajem suas mulheres a participarem das missões de paz, porque nós precisamos delas aqui”, disse a CMG Carla, em entrevista à ONU News, em 9 de junho de 2020, quando foi agraciada com o prêmio da ONU.
O Ministério da Defesa afirma que, atualmente, das 14 missões de paz sob a égide da ONU, o Brasil participa em 11.