Bolton afirmou que “alguns dos oficiais de alta patente, que se beneficiaram com a corrupção que o regime de Maduro vem praticando”, impedem que os militares apoiem o governo interino.
Os mais altos comandantes próximos a Maduro, segundo Bolton, “são como escorpiões em uma garrafa; não confiam uns nos outros”, porque sabem que “todos estão conversando com a oposição.”
“Se os militares fossem realmente fieis a Maduro, teriam sido chamados para deter a oposição há muito tempo”, ele assegurou.
O assessor disse que uma razão pela qual a disputa pelo poder na Venezuela vem se prolongando é a presença cubana no país. “A Assembleia Nacional calcula que existam milhares de cubanos na Venezuela (…) e se esses cubanos voltassem para casa ao meio-dia de hoje, à meia-noite Maduro já não estaria mais no poder”, disse Bolton.
Além do interesse do governo de Cuba, Bolton também falou sobre a estratégia que a Rússia e a China mantêm na Venezuela. O assessor enviou uma mensagem às duas potências: devido à sua dívida de “bilhões de dólares”, os dois países devem “ter muito cuidado” quanto às suas ações em relação ao governo em disputa.
Se “um novo governo”, eleito através de pleitos democráticos, assumir o controle da Venezuela, “pode considerar que essa dívida foi ilegalmente contraída e poderia rejeitá-la”. A Venezuela deve à China e à Rússia mais de US$ 25 bilhões, segundo a agência de notícias Reuters.
“Se alguém quiser se aproveitar da extração do petróleo venezuelano, deve analisar cuidadosamente o que um novo governo eleito democraticamente poderia pensar sobre qualquer um que tenha apoiado o regime de Maduro”, disse o assessor de Segurança Nacional.
A Chevron, uma companhia dos EUA, é uma das poucas petrolíferas que continua a extrair petróleo bruto na Venezuela. No entanto, a empresa só tem licença para operar no país até outubro, face às últimas sanções que os Estados Unidos impuseram à Venezuela, as quais congelam os ativos do governo no exterior e abrem a possibilidade de penalização contra qualquer um, americano ou estrangeiro, que venha a fazer negócios com a Venezuela.