Uma das tarefas fundamentais do Coronel de Infantaria Dennis Rolando McCoy Martín, comandante do Exército de Honduras, é proteger o território nacional e combater o crime organizado.
O Cel McCoy, com mais de 37 anos de serviço militar, falou com Diálogo sobre seus desafios, o trabalho em conjunto com a Polícia Nacional e as ações civil-militares, entre outros tópicos.
Diálogo: Qual é seu desafio mais importante como comandante geral do Exército de Honduras?
Coronel de Infantaria Dennis Rolando McCoy Martín, comandante do Exército de Honduras: O desafio mais importante é fazer o melhor possível tanto pelo país,como por nossos concidadãos. Um dos objetivos a alcançar é o respeito aos direitos humanos, assim como o bem-estar do nosso povo, de nossos soldados e oficiais e, com tudo isso, garantir que o exército possa sempre se esforçar para cumprir a missão que lhe foi confiada.
Diálogo: Quais são as prioridades do Exército de Honduras em termos de apoio à Polícia Nacional, na luta contra o narcotráfico e as atividades ilegais criminosas?
Cel McCoy: Estamos amparados pela Constituição da República, artigo 74, que indica que estamos lá para apoiar as instituições, com base nos pedidos que elas possam fazer à nossa instituição. O Exército tem estado permanentemente envolvido na luta contra o narcotráfico e outras atividades do crime organizado, em apoio à Polícia Nacional; portanto, nossa prioridade se baseia na coordenação de cada uma das atividades, a fim de poder alcançar os objetivos estabelecidos por ambas as instituições.
Diálogo: Por que persiste a presença de organizações criminosas transnacionais em seu país?
Cel McCoy: A criminalidade já não é mais típica de um país; ela sofreu mutações e se espalhou amplamente por vários países, tornando as fronteiras permeáveis e introduzindo uma série de atividades ilícitas. Portanto, é o trabalho conjunto internacional que pode ajudar a reduzir este flagelo.
Diálogo: Como trabalham e coordenam as tarefas nas operações civis-militares?
Cel McCoy: O Exército de Honduras está sempre realizando ações civil-militares em todo o país. Estamos constantemente ativos para fornecer a cada cidadão o apoio necessário, neste caso, o atendimento médico e também o atendimento social. Até agora [agosto de 2022] atendemos mais de 80.000 pessoas em todo o país e planejamos alcançar uma meta que supere as 300.000 este ano. Como realizamos estas atividades? Através da coordenação e da nossa presença em cada uma das regiões do país, em atividades que sejam de natureza humanitária e sempre coordenadas com a população, para que eles possam ver em suas Forças Armadas e, neste caso, no Exército, que estamos sempre atentos e determinados a dar-lhes o apoio necessário.
Diálogo: As tarefas militares incluem o apoio à população quando ocorrem desastres naturais. Como o Exército se prepara para enfrentar essas emergências?
Cel McCoy: Em primeira instância, existe um treinamento que procura fornecer aos nossos membros as capacidades deconhecimentos e também de recursos para poder realizar este apoio, já que o Exército de Honduras tem anos de experiência de sempre colaborar. Somos os primeiros a chegar e os últimos a partir quando acontece um desastre natural em qualquer região do país. Para citar alguns casos, temos o apoio dado em 2020 com os furacões Eta e Iota, que nos deixaram com muito luto e dor em nosso país, ou o que também aconteceu em 1998, com o furacão Mitch.
Diálogo: Que tipo de coordenações fazemcom seus homólogos nos Estados Unidos?
Cel McCoy: Eu poderia dizer que as relações são muito estreitas. Em primeiro lugar, temos um grau muito alto de amizade e compreensão, o que ajuda a garantir que a coordenação em cada uma das atividades que ambos os países, ambos os exércitos, estão realizando, seja eficaz,quando se trata de realizar operações destinadas a proteger nosso país e nossos cidadãos.
Diálogo: Que progressos foram feitos na profissionalização dos graduados do Exército de Honduras?
Cel McCoy: Pessoalmente, fui vice-diretor da Escola de Graduados em 2014 e compreendo em que consiste a educação e capacitação de graduados. Desde 2014, até hoje, houve um enorme progresso em termos de formação e capacitação e também na infraestrutura onde eles estão alojados e realizam toda a sua carreira. Temos metas importantes para este ano e para os próximos anos para melhorar a capacidade dos graduados, pois são eles que liderarão nossas tropas no âmbito das operações do Exército.