Os cadetes das forças aéreas latino-americanas participaram de um programa acadêmico de quatro anos em uma das melhores instituições militares dos Estados Unidos: a Academia da Força Aérea dos EUA (USAFA, em inglês), fundada em 1954 e localizada no Colorado. Os cadetes devem cumprir um rigoroso programa diário com uma carga completa de trabalhos acadêmicos, debates em sala de aula, habilidades de liderança, gerenciamento do tempo e atividades extracurriculares.
“É uma grande honra representar a Força Aérea do meu país”, disse o Cadete da Força Aérea do Peru Fernando Mario Cortés Cifuentes, aluno do segundo ano de engenharia aeronáutica. “A USAFA é provavelmente uma das melhores oportunidades que terei em toda a minha vida. Estou muito orgulhoso por estar aqui.”
Para a Cadete da Marinha do México Itzel Sinaí Chan Topete, aluna do segundo ano de Engenharia Civil, a USAFA mudou sua visão de vida. “Como estudantes internacionais, não apenas aprendemos sobre a cultura americana, mas também sobre as culturas de todo o mundo”, disse. “Isso me ajudou a ter uma visão geral sobre os militares, a disciplina e nossos valores, que são universais.”
“Quando fui aceito, a notícia me pareceu muito surreal, porque eu não esperava ser escolhido; a seleção é extremamente competitiva. Sou realmente grato por ter tido a oportunidade de estar aqui”, disse o Cadete do Panamá Joe Henry Laniado Guerrero, aluno do terceiro ano de Ciências da Computação. “Temos cadetes de todas as partes dos Estados Unidos, mas quando estamos aqui na academia, somos todos USAFA. Somos todos irmãos de armas.”
Os cadetes Cortés, Chan e Laniado fazem parte de 25 países de todo o mundo que frequentam o programa internacional da USAFA. A academia oferece programas universitários militares de quatro a cinco anos e os estudantes se formam com o grau de Bacharel em Ciências. Depois de terminarem seus estudos, os cadetes internacionais retornam aos seus países de origem para servir em suas respectivas forças militares. A USAFA iniciou o programa internacional em 1962 e até agora já formou 387 estudantes estrangeiros, especializados em 28 áreas acadêmicas diferentes.
Intercâmbios acadêmicos
“Nós criamos relacionamentos com as nações parceiras, sejam elas da América Latina ou de qualquer outro lugar do mundo. Nossos cadetes servirão em uma força aérea global que existe para servir não apenas à nossa nação, mas também atender aos interesses de nossos aliados”, disse o Brigadeiro da Força Aérea dos EUA Andrew Armacost, reitor da Faculdade da USAFA. “Através de programas de intercâmbio com os parceiros latino-americanos, esses relacionamentos servirão [a nossos alunos] quando estiverem no serviço ativo.”
Além do programa acadêmico de quatro anos, a USAFA tem programas de intercâmbio de um semestre com Chile, Colômbia e Brasil. A instituição também sedia uma semana internacional, quando os cadetes da América Latina vêm à academia para um intercâmbio acadêmico, que também está aberto aos instrutores internacionais.
Para a Tenente-Coronel da Força Aérea dos EUA Sabrina Peters, adjunta dos Programas Internacionais da USAFA, a importância do programa acadêmico para as forças aéreas da região não tem preço. “Trata-se de uma excelente oportunidade para intercâmbios de informação e para aprender sobre os trabalhos de cada um”, declarou. “É um parâmetro comparativo para aprender uns com os outros, sobre como cada um desempenha suas funções, para depois, possivelmente, aproveitar tais experiências no futuro.”