O dia 2 de março de 2022 foi um dia histórico. Em uma sessão de emergência, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou uma resolução condenando a agressão russa, com 141 países votando a favor, 34 se abstendo e apenas cinco votando contra, informou The New York Times. Os votos contra vieram de Belarus (um grande amigo de longa data da Rússia), Eritréia, Coréia do Norte, Síria e, obviamente, da Rússia. A resolução não é juridicamente vinculante, mas é uma expressão da opinião dos membros da ONU, visando aumentar a pressão sobre Moscou e seu aliado, Belarus, disse The Guardian.
Tal resolução requer uma maioria de dois terços para ser aprovada, um número que foi facilmente superado. A resolução “deplora nos termos mais fortes a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia” e “exige que a Rússia retire incondicionalmente todas as suas forças militares do território da Ucrânia”. Também condena “todas as violações do direito humanitário internacional e violações e abusos dos direitos humanos” durante o conflito.
Cuba e Nicarágua se abstiveram
Dois dos mais firmes aliados da Rússia na América Latina se recusaram a votar contra a resolução da ONU, que condena a invasão da Ucrânia por Moscou. Tanto Cuba, com um relacionamento de décadas com Moscou, quanto Nicarágua, cujo líder autoritário expressou apoio à invasão, se abstiveram de votar para condenar as ações da Rússia, informou The Miami Herald.
E a Venezuela? Nicolás Maduro tem sido um apoiador da invasão russa, com declarações como: “O que eles estão fazendo contra o povo russo é um crime, uma guerra econômica”. Maduro também reiterou repetidamente seu apoio ao presidente Vladimir Putin no que o ditador venezuelano chama de “conflito com a Ucrânia”.
Assim, esperava-se apenas que a Venezuela votasse “não” na resolução da ONU. Mas a Venezuela simplesmente não votou. A razão é o não pagamento das cotas à ONU. Qué vergüenza!
A Venezuela entrou na lista de inadimplentes da ONU desde 2016, quando começou a acumular dívidas pendentes que a impediram de ter um voto dentro do organismo internacional. Essa foi a quinta vez que a Venezuela perdeu seu direito de voto na Assembléia Geral da ONU, devido a uma dívida milionária acumulada quanto ao pagamento de mensalidades obrigatórias para participar da organização. O país deve pagar um mínimo de US$ 40 milhões para ser retirado da lista de 10 outros países em atraso até o fim de 2022, segundo um documento oficial do secretário geral António Guterres, explicando que a sanção está estabelecida no Artigo 19 da Carta da ONU.