Os Estados Unidos reiteraram seu compromisso de continuar o fortalecimento dos esforços de El Salvador, Guatemala e Honduras no combate às organizações do crime organizado transnacional. O procurador-geral dos Estados Unidos William Barr deu a notícia durante a III Reunião de Procuradores-Gerais do Triângulo Norte e dos Estados Unidos, realizada no dia 16 de maio de 2019 em São Salvador, El Salvador.
Os procuradores dos quatro países implementarão nos próximos meses uma estratégia regional e expandirão o enfoque de trabalho para erradicar também o tráfico de pessoas, a corrupção e os crimes financeiros. Por se tratarem de ameaças comuns, também será necessário criar políticas e legislações para aumentar a efetividade e a capacidade das agências policiais, ministérios públicos e autoridades judiciais.
“Renovamos nosso compromisso de colaborar estreitamente para a luta contra a MS-13, a Mara 18 e outros grupos criminosos transnacionais que colocam em perigo os cidadãos de todos os nossos países”, disse à imprensa o procurador-geral Barr. “Juntos desferiremos duros golpes contra essas organizações criminosas.”
“Os quatro procuradores demonstraremos a nossa determinação em combater a criminalidade transnacional”, acrescentou o procurador-geral de Honduras Óscar Chinchilla. “Nós nos concentraremos em duas ferramentas fundamentais: primeiramente, o ataque às estruturas financeiras dos grupos criminosos transnacionais e, em seguida, como um ponto essencial para solucionar os problemas, o combate à corrupção.”
Como resultado do apoio dos EUA, as autoridades apresentaram acusações formais contra mais de 7.000 membros de gangues no Triângulo Norte. “Temos o compromisso de reforçar o trabalho que realizamos juntos”, declarou o procurador-geral de El Salvador, Raúl Melara. “Com a cooperação e a colaboração do governo dos Estados Unidos, esses esforços proporcionarão maiores e melhores resultados.”
Durante o encontro, os procuradores assinaram um acordo para ampliar a execução da Operação Escudo Regional, um esforço conjunto de intercâmbio de informações para o combate às gangues. As autoridades realizaram operações simultâneas em 2017 e 2018 e preparam outras operações para 2019. Uma das conquistas mais importantes do trabalho conjunto entre os EUA e El Salvador, por exemplo, foi a prisão do líder da MS-13 Armando Eliú Melgar, conhecido como Blu, membro da gangue que é responsável pelo comando de atividades criminosas na costa leste dos EUA.
“Mantemos o nosso compromisso com esses esforços, com os fundos que recebemos para o apoio a esses esforços policiais através da Operação Escudo [Regional]”, disse Barr.
Quarenta e sete por cento dos centro-americanos que fugiram de seus países em direção ao norte, com as caravanas que tiveram início em outubro de 2018, o fizeram devido à violência, às ameaças e à insegurança que esses grupos criminosos geram, segundo a pesquisa El Salvador: Pesquisa de caracterização de migrantes em trânsito e necessidades humanitárias, realizada pela Organização Internacional para as Migrações da ONU. “Creio que melhorar a segurança em nossos países é importante para reduzir a migração forçada”, acrescentou Barr.
Os Estados Unidos reiteraram que continuarão a financiar os esforços através dos assessores legais residentes, do Gabinete de Assistência e Capacitação para o Desenvolvimento de Procuradores no Exterior em cada país, com suas equipes de luta contra as gangues transnacionais do FBI – a Polícia Federal dos EUA –, de membros da Administração para o Controle de Drogas dos EUA e do trabalho do Departamento de Segurança Interna dos EUA, para deter o tráfico ilegal de pessoas.
Para continuar fechando o cerco a esses grupos criminosos, o intercâmbio de informações e as experiências de investigação são fundamentais. “A cooperação é mútua entre ambas as nações, porque El Salvador envia analistas e investigadores aos EUA para trabalharem em conjunto com as agências de manutenção da ordem pública e os processos de investigação de estruturas criminosas nesse país”, disse o comissário Howard Cotto, diretor da Polícia Nacional Civil.
“As áreas de maior interesse são o tráfico de pessoas, o narcotráfico e os assuntos referentes às gangues. O procurador-geral [William Barr] reconheceu os avanços feitos nessas questões em El Salvador. Nós, que estamos em contato permanente com as agências de manutenção da ordem pública nos Estados Unidos, sempre recebemos essa informação e hoje o procurador-geral confirma: não pretendemos cortar os fundos para a área de segurança”, finalizou o comissário Cotto.