O Serviço Nacional Aeronaval do Panamá (SENAN) realiza operações navais e aéreas para oferecer proteção, vigilância, segurança e defesa das áreas de jurisdição aérea e marítima do país. O serviço conta com aproximadamente 2.500 membros, 45 embarcações e aproximadamente 40 aeronaves.
O Comissário Rafael Jurado, diretor nacional de operações aeronavais do SENAN, conversou com Diálogo sobre as prioridades institucionais.
Diálogo: Qual é a prioridade do SENAN?
Comissário Rafael Jurado, diretor nacional de operações aeronavais do Serviço Nacional Aeronaval do Panamá: Nossa prioridade é ser uma entidade que contribui, do ponto de vista marítimo, aéreo e terrestre, para a luta contra o crime organizado e contra o crime e a delinquência comum. O SENAN é uma instituição do Panamá, do povo panamenho, e serve ao mundo, porque temos o dever de cuidar do Canal do Panamá e de nossos mares. É uma responsabilidade única para uma instituição pequena, na qual seus homens e mulheres têm múltiplas funções e responsabilidades. A principal força institucional não está nos navios nem nas aeronaves, mas no pessoal do SENAN, por seu desejo de servir e contribuir com a missão institucional.
Diálogo: Qual é o seu maior desafio?
Comissário Jurado: O SENAN é uma instituição que tem funções aéreas, navais e marítimas, tem funções policiais e um relacionamento com o poder judiciário. Portanto, o maior desafio para um diretor de operações é combinar todas essas forças para poder prestar um serviço à comunidade, aos cidadãos panamenhos e àqueles que nos visitam, um serviço de qualidade, uma resposta eficaz e, acima de tudo, uma resposta eficaz com segurança.
Diálogo: Como o SENAN trabalha em coordenação com o Centro Regional de Operações Aeronavais (CROAN) para combater o tráfico ilícito de drogas no mar?
Comissário Jurado: O CROAN faz parte da estrutura da Divisão de Operações do SENAN com uma visão internacional e, basicamente, o que ele faz é reunir todos os recursos marítimos do Panamá através da Força-Tarefa Conjunta. É um centro que funciona com a visão de gerar um melhor uso dos recursos, uma maior eficácia e delimitar as ações que possam trazer alguma falta de segurança para nosso pessoal. O CROAN normalmente coordena operações marítimas, aéreas e terrestres e chega a lugares que são basicamente de difícil acesso.
Diálogo: Em que consiste a Operação Beta? Quais são os resultados até o momento?
Comissário Jurado: A Operação Beta é uma operação nacional que tem diferentes componentes, como são os do crime organizado e da segurança pública. A missão da Operação Beta é melhorar a segurança dos panamenhos em geral e criar condições para que os estrangeiros nos visitem, por ser um país seguro. Os resultados são grandes e normalmente há apreensões de armas, drogas, dinheiro, só para dar um exemplo. Em julho deste ano, cerca de 12.000 pessoas foram presas por diferentes crimes. Foram realizadas cerca de 3.500 incursões. Nove embarcações foram detidas e foram apreendidas cerca de 500 armas e um grande número de munições. Mais de 100 evacuações aeromédicas foram realizadas, dinheiro e substâncias ilícitas foram apreendidos, veículos foram recuperados e há até mesmo implicações quanto à segurança do tráfego, que é uma questão da Polícia Nacional e o objetivo é manter a segurança dentro do país.
Diálogo: O SENAN tem um oficial de ligação na Força-Tarefa Conjunta Interagências Sul (JIATF South) dos EUA. Como essa designação ajuda o esforço nacional do Panamá para combater as ameaças do narcotráfico?
Comissário Jurado: A participação do Panamá na JIATF Sul nasceu há alguns anos e o investimento do Panamá em ter um oficial de ligação lá é muito importante. Ter um oficial de ligação gera muita confiança no manuseio das informações e nos permite estar na vanguarda e ter resultados precisos, pois podemos vincular mais pessoas à nossa própria operação.
Diálogo: Uma das tarefas do SENAN é realizar missões de ajuda humanitária com evacuações aeromédicas. Qual é a importância dessas tarefas para o público?
Comissário Jurado: Temos toda a ajuda social e humanitária em comunidades remotas. O SENAN contribui de várias maneiras, diretamente com as autoridades que têm jurisdição, como o Ministério da Educação, o Ministério do Desenvolvimento Social etc., para que possam chegar a esses lugares, e até mesmo com organizações não governamentais. Os recursos aéreos do SENAN, que são caros para operar, são usados para chegar a lugares onde ninguém mais no Panamá pode chegar e para realizar evacuações médicas. Em outras palavras, o SENAN é a diferença entre a vida e a morte para comunidades de difícil acesso.
Diálogo: Em que consiste o programa Pescadores Vigilantes?
Comissário Jurado: Pescadores Vigilantes é uma iniciativa do SENAN para ser um programa de segurança preventiva, no qual os pescadores artesanais são reunidos para dar a eles as ferramentas necessárias para que possam deixar de ser vítimas de crimes e se tornem uma entidade que nos dê algum tipo de alerta antecipado de pessoas que queiram infringir a lei. O programa inclui educação sobre segurança preventiva, comunicação, melhores práticas na atividade de pesca e proteção dos recursos marinhos, entre outros. Os Pescadores Vigilantes são um modelo para outros países. Outras conquistas alcançadas incluem ações permanentes e eficazes contra a pesca INN [ilegal, não declarada e não regulamentada], melhorando a coordenação das operações com as autoridades.
Diálogo: Como o SENAN está trabalhando para combater a pesca INN?
Comissário Jurado: O governo nacional tem uma política de tolerância zero com relação à pesca INN, que conta com órgãos nacionais e é coordenada com agências internacionais. Trabalhamos em conjunto com a Autoridade de Recursos Aquáticos do Panamá (ARAP) e a Promotoria Pública Especializada nesses crimes e patrulhamos as águas jurisdicionais para monitorar e mitigar os efeitos da pesca ilegal com diferentes embarcações, como a P-230 e a BPC-2805. Algumas operações estão vinculadas à Guarda Costeira dos EUA, com a qual colaboramos diretamente, e com países aliados, como Colômbia e Costa Rica.