A agência de espionagem digital da Austrália identificou a China como a principal financiadora de graves ataques de hackers contra empresas e infraestruturas críticas australianas.
Em 15 de novembro, a Australian Signals Directorate (ASD), divulgou seu relatório de ameaças cibernéticas do ano passado.
O relatório afirma que os ataques graves a agências do governo federal ou a infraestruturas essenciais, que levaram ao “comprometimento extensivo” de dados confidenciais, aumentaram de dois para cinco no ano passado.
O relatório da ASD identifica a China como um dos principais conspiradores, seguida pela Rússia e pelo Irã.
Na comunidade, cada vez mais australianos estão relatando ter sido alvo de criminosos cibernéticos. Quase 94.000 denúncias de crimes cibernéticos foram feitas às agências de aplicação da lei por indivíduos e empresas em todo o país, um aumento de 23 por cento em relação ao ano anterior.
O período de análise inclui as violações de alto nível ocorridas no ano passado na segunda maior empresa de telecomunicações da Austrália, a Optus, e na maior empresa de seguros de saúde do país, a Medibank.
A ASD também está trabalhando com a operadora portuária DP World, cujos sistemas de computador foram infiltrados por hackers desconhecidos ou não identificados, causando o fechamento dos principais portos australianos no fim de semana.
Richard Marles, vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa da Austrália, disse à Australian Broadcasting Corporation, em 15 de novembro, que o governo está aumentando seus esforços para deter hackers estrangeiros.
“Do ponto de vista do governo, estamos vendo atores estatais demonstrando mais interesse em nossa infraestrutura crítica e, portanto, estamos investindo $ 10 bilhões [de dólares australianos, que correspondem a mais de USD 6,5 bilhões] em 10 anos em Australian Signals Directorate, que efetivamente dobra de tamanho para reforçar nossa capacidade cibernética e nossas defesas cibernéticas”, declarou.
Em maio, a Austrália juntou-se à rede de intercâmbio de inteligência Five Eyes, que inclui os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, para identificar a China como responsável por ataques cibernéticos à infraestrutura dos EUA.
O Canadá e a Nova Zelândia também fazem parte da aliança.
Até o momento, não houve resposta das autoridades de Pequim sobre as alegações de cumplicidade da China em ataques cibernéticos globais.
O relatório da ASD também destacou as ações dos criminosos russos durante a guerra na Ucrânia, como um exemplo de ataques cibernéticos apoiados pelo Estado.
Ele afirma: “Foi usado malware destrutivo […] contra infraestruturas críticas na Ucrânia”.