A luta contra o narcotráfico não dá trégua na Costa Rica e o primeiro trimestre de 2020 trouxe resultados históricos. Através de operações constantes realizadas com o apoio de nações parceiras, o sucesso das Forças de Polícia da Costa Rica não apenas rompe as cadeias das células traficantes que recebem, armazenam e transportam as drogas, mas também enfraquece as finanças das organizações criminosas.
Segundo dados do Ministério da Segurança Pública do país centro-americano, no decorrer deste ano as autoridades apreenderam mais de 19 toneladas de cocaína avaliadas em US$ 532 milhões no mercado internacional. Desse total, 5 toneladas foram encontradas em uma única operação em meados de fevereiro.
A operação, que o ministério considerou “o maior confisco de drogas da história da Costa Rica”, foi realizada no porto de Moín, na costa do Caribe, onde unidades da Polícia de Controle de Drogas encontraram o contrabando em um contêiner que armazenava plantas ornamentais destinadas à Holanda.
Outra grande apreensão foi realizada no dia 8 de março, quando as forças policiais encontraram 3 toneladas de cocaína em uma lancha tripulada por três colombianos e um nicaraguense, que navegava no Mar do Caribe na altura da costa de Cahuita, província de Límon.
Pouco depois, em meados de março, agentes de segurança confiscaram 2 toneladas de cocaína na comunidade de Moín, província de Límon, durante operações que envolveram a perseguição de um veículo.
Segundo a organização internacional InSight Crime, especializada em ameaças e segurança na América Latina e no Caribe, os grandes confiscos já feitos pela Costa Rica em 2020 indicam que as autoridades dobraram os seus esforços na luta contra o narcotráfico. Dados do Ministério da Segurança Pública informam que em 2019 agentes antidrogas confiscaram mais de 35 toneladas de cocaína. Em 2018, o país centro-americano encontrou quase 34 toneladas da droga.
A Costa Rica, segundo o Relatório Estratégia Internacional de Controle de Narcóticos 2020 do Departamento de Estado dos EUA, é um país importante para o trânsito de drogas da América do Sul para os EUA e a Europa, devido à sua localização e seu território marítimo no Pacífico e no Caribe.
As conquistas das forças policiais, disse à Diálogo o Ministério de Segurança Pública, são fruto do treinamento e da formação que os agentes recebem, tanto no próprio país como nas nações parceiras, como “a Colômbia e os Estados Unidos”, que “fortaleceram seus conhecimentos e destrezas na luta contra o crime organizado e o crime comum”.
Além disso, o intercâmbio de inteligência com países da região e o trabalho conjunto realizado através de acordos multilaterais, como a consolidação em 2017 do Triângulo Sul (formado pela Colômbia, Costa Rica e Panamá com o apoio dos Estados Unidos), para desenvolver novas estratégias de luta contra o narcotráfico, contribuíram para os últimos resultados.
“Com algumas estratégias que implementamos, foi possível modificar as apreensões”, disse Michael Soto Rojas, ministro da Segurança Pública da Costa Rica, ao jornal costarriquenho El Observador. “Quais foram essas estratégias? O patrulhamento conjunto, basicamente entre Panamá, Estados Unidos, Colômbia e Costa Rica.”
O ministério informou à Diálogo que os objetivos da Costa Rica até o final deste ano são “fortalecer ainda mais as alianças com outros países, além de [fortalecer] o intercâmbio de informação e o trabalho conjunto […] quanto ao combate ao narcotráfico.”