Destacando a oportunidade de fortalecer os laços com as nações parceiras da América Latina e do Caribe, através do empoderamento das mulheres militares, o General de Brigada William L. Thigpen, do Exército dos EUA, comandante geral do Exército Sul dos EUA, deu as boas-vindas aos participantes do primeiro Simpósio de Mulheres, Paz e Segurança (WPS), do Exército Sul, em San Antonio, Texas, de 21 a 24 de fevereiro.
“Nosso objetivo é assegurar que os líderes de todos os níveis compreendam que a integração de gênero é importante para a força e a profissionalização das forças. Isso melhora enormemente nossa tomada de decisões, acelera as operações multinacionais e cria forças capazes de vencer qualquer adversário”, disse o Gen Bda Thigpen. “Ao reconhecer o papel diversificado que as mulheres desempenham como agentes de mudança e incorporar suas perspectivas em todos os nossos planos e operações, estamos mais bem equipados para promover a segurança regional […].”
“Nosso objetivo é assegurar que os líderes de todos os níveis compreendam que a integração de gênero é importante para a força e a profissionalização das forças. Isso melhora enormemente nossa tomada de decisões, acelera as operações multinacionais e cria forças capazes de vencer qualquer adversário”, General de Brigada William L. Thigpen, Exército dos EUA, comandante geral do Exército Sul dos EUA
O evento reuniu mais de 80 mulheres e homens das forças militares e de segurança da Argentina, Belize, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Guiana, Honduras, Jamaica, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Suriname, para discutir o papel das mulheres militares na segurança, promover a formação de equipes, fortalecer parcerias, gerar mudanças organizacionais, bem como recrutar, formar e reter mulheres militares.
Gênero no contexto militar
O simpósio foi inaugurado com um painel focado na segurança. As palestrantes compartilharam suas experiências pessoais de superação de desafios para desempenhar suas funções como mulheres, mães, esposas e profissionais militares.
“O que é importante em termos de falar das mulheres na segurança é o fato de que precisamos ter certeza de que as pessoas saibam que as mulheres pertencemos ao Exército, que estamos aqui por uma razão, e que nosso propósito é ser soldados de pleno direito”, disse a General de Brigada (R) Clara Leach Adams-Ender, do Exército dos EUA, a primeira oficial afro-americana do corpo de enfermagem, que se formou na Escola de Guerra do Exército dos EUA. “Mais do que qualquer outra coisa, as mulheres militares precisam ter certeza de que, ao saírem como mulheres para fazer seu trabalho, precisam entender qual é seu trabalho e têm que fazê-lo bem.”
A formação da nossa equipe e o fortalecimento de parcerias também fizeram parte do simpósio. As discussões centraram-se em estratégias e políticas de integração de gênero, discriminação de gênero, mulheres na liderança e assédio sexual, entre outros tópicos. Foi também uma oportunidade para que as nações parceiras pudessem compartilhar suas experiências.
“Falar de mulheres e paz é falar de segurança; este é um tema de destaque neste simpósio, onde podemos unir-nos e aprender, mas, acima de tudo, é uma oportunidade de nos projetarmos como mulheres militares dentro das experiências dos países participantes, porque compartilhar essas experiências nos ajuda muito a consolidarmo-nos como construtoras da paz”, disse a Tenente-Coronel Paola Andrea Velásquez Cardona, do Exército da Colômbia, reitora da Faculdade de Direito da Escola Militar José Maria Córdova.
Para a Tenente-Coronel Vilma Maritza Barrios Carreto, do Exército da Guatemala, do Ministério da Defesa Nacional, “o programa WPS é muito importante; ele abrirá o caminho para que todas as mulheres de todas as patentes do Exército da Guatemala possam preparar-se e enfrentar altos cargos. Em relação à questão da segurança, vamos dar ferramentas a todas as mulheres para fortalecermo-nos com tudo o que precisamos para enfrentar os desafios modernos”.
Judy-Ann Icinda Neil, comandante da Força de Defesa da Jamaica, inspetora geral interina, disse que “este evento é importante não apenas para a Jamaica, mas para a região. Precisamos ter mais fóruns como este, onde possamos destacar o papel fundamental que mulheres, paz e segurança estão desempenhando e as iniciativas que estão implementando”.
Quebrando barreiras
Mudança organizacional, recrutamento, treinamento e retenção foram os tópicos que cativaram os participantes no segundo dia do evento.
“É importante, do ponto de vista organizacional, ser inclusivo em sua abordagem. Penso que com relação ao gênero, a maior parte da construção e liderança da mudança nesse sentido é a inclusão, disse o General de Divisão John R. Evans, do Exército dos EUA, comandante geral do Exército Norte dos EUA. “Se você não construir equipes que sejam inclusivas, então você deixa muito talento sobre a mesa […].”
Apesar das diferenças em cada uma das forças militares e de segurança, as mulheres militares enfrentam desafios similares, levando as participantes a prometerem que continuarão seus esforços para provocar mudanças em suas organizações.
“Espero que todos tenham aproveitado esta maravilhosa oportunidade para compartilhar as melhores práticas e lições aprendidas e desenvolver novas idéias ou promover esta iniciativa na região e ao redor do mundo”, disse aos participantes em uma mensagem de vídeo a General de Exército Laura J. Richardson, do Exército dos EUA, comandante do Comando Sul dos EUA. “Todos temos a responsabilidade de continuar trabalhando juntos para uma maior inclusão e reconhecer os importantes papéis que as mulheres desempenham nas forças militares e de segurança de hoje. Sou inspirada todos os dias pela forte liderança feminina que serve nas fileiras militares e civis […]. Só podemos fazer isso juntos.”
“Fornecemos uma estrutura que promove inclusão, prevenção de conflitos e prosperidade para as mulheres”, disse em seu discurso de encerramento a General de Divisão Jody J. Daniels, do Exército dos EUA, chefe da Reserva do Exército, a primeira mulher a servir nessa posição. “Mas cabe a nós assegurar que a próxima geração de mulheres líderes tenha as ferramentas e habilidades necessárias para desempenhar funções de tomadas de decisões estratégicas, como pioneira em seu próprio direito. Cada uma de vocês tem a responsabilidade de fazer crescer essa próxima geração de mulheres líderes e garantir que elas estejam servindo em todas as patentes e em todas as ocupações e eventos. Uma das coisas que peço a meus soldados que façam é que contem sua história. No caso desta sala, precisamos que todas vocês contem suas histórias”, concluiu a Gen Div Daniels.