Miguel Henrique Otero, presidente e diretor do jornal El Nacional da Venezuela, garantiu que a situação atual da liberdade de expressão no país não afeta apenas os jornalistas e a mídia nacional ou local, mas também os correspondentes estrangeiros.
Durante a 75ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, em espanhol) em Miami, realizada entre os dias 4 e 7 de outubro, Otero conversou com a Voz da América sobre a situação da imprensa no país e a falta de papel para impressão na Venezuela.
Ele destacou que a Venezuela “é uma janela que está praticamente fechada”, pois as emissoras de rádio e televisão não divulgam “absolutamente nada”, os jornais independentes não têm papel de impressão e as plataformas digitais estão quase sempre bloqueadas pelo regime de Nicolás Maduro.
“A Venezuela é um país desprovido de notícias e opiniões independentes. É claro que conseguimos nos expressar através das redes sociais: Twitter, Facebook, grupos de WhatsApp, mas há limitações”, explicou Otero.
O empresário e jornalista ressaltou que recentemente houve incidentes de repressão contra os correspondentes estrangeiros. “Seus equipamentos são roubados, eles são detidos e expulsos do país e não conseguem vistos para entrar.”
O presidente do El Nacional disse que já não se trata apenas de que o país está “destruído”, é a profissão de jornalista que está “extinta”, e classificou os profissionais de comunicação que permanecem no país como “pessoas corajosas”.
Otero disse que o que fizeram na Venezuela está sendo replicado em países como a Nicarágua e que a solução para o fim da crise da nação sul-americana é “a mudança de regime.”