Os Estados Unidos buscam restaurar a democracia na Venezuela, mas será o povo venezuelano que “finalmente” o fará, declarou o chefe da diplomacia dos EUA, Mike Pompeo, no dia 9 de julho.
Em uma teleconferência com a mídia internacional, Pompeo disse que o governo de Donald Trump continuará fazendo “todo o possível” para que Nicolás Maduro saia do poder, pois Washington considera fraudulenta sua reeleição em 2018.
Ele ressaltou que isso inclui a pressão econômica sobre Caracas e seu aliado, Cuba, pela imposição de uma bateria de sanções, mas também e, “mais importante”, a formação de “uma coalizão global para tentar ajudar o povo venezuelano a atingir seus objetivos”.
“No final, o que os Estados Unidos estão tentando conseguir é a restauração da democracia, e o povo venezuelano será quem finalmente restaurará essa democracia”, disse Pompeo.
“De fato, são os venezuelanos que escolhem servir no Exército venezuelano”, acrescentou, em uma alusão ao papel que as Forças Armadas da Venezuela podem ter para gerar uma mudança de regime no país.
A cúpula militar é considerada um dos pilares de apoio a Maduro, que se mantém no poder com o respaldo da Rússia e da China e apesar da ofensiva do chefe parlamentar Juan Guaidó.
Pompeo disse que além do Grupo de Lima, que reúne mais de uma dezena de nações latino-americanas e o Canadá, para facilitar uma solução democrática e pacífica para a crise na Venezuela, cerca de 60 países já reconheceram Guaidó como a única autoridade legítima do país.
“Esse é o processo através do qual pretendemos continuar apoiando o que deseja o povo venezuelano”, afirmou o secretário de Estado da administração de Trump.
“Já vimos o sistema judicial corrupto de Maduro. Agora vemos que ele tenta se impor sobre os partidos políticos. E continuamos convencidos de que o povo venezuelano vê isso como é e que responderá de uma maneira que mostre seu profundo desejo de restabelecer a ordem e a democracia em sua própria nação”, concluiu Pompeo.
O tribunal supremo da Venezuela, de linha oficial, suspendeu no dia 7 de julho a direção do partido político de Guaidó e entregou seu controle a um rival. Em meados de junho a alta corte já havia adotado medidas similares contra outros dois grandes partidos oposicionistas.
As próximas eleições legislativas na Venezuela foram convocadas para o dia 6 de dezembro pelas autoridades eleitorais, mas o pleito será boicotado pelos principais partidos políticos da oposição.