No primeiro semestre de 2021, o Panamá iniciará uma nova estratégia para lutar contra o narcotráfico e outras atividades ilegais na região. Para tal, as instituições de segurança do país unirão suas forças sob um centro operacional específico que combaterá o crime de forma unificada.
A Polícia Nacional, o Serviço Nacional de Fronteiras e o Serviço Nacional Aeronaval (SENAN) integrarão o Centro Regional de Operações Aeronavais (CROAN), que estará situado na Base do Comando Geral do SENAN. O centro tem como objetivo aumentar as capacidades das forças panamenhas, além de servir como uma plataforma de coordenação e de intercâmbio de informações para a região, disse à Diálogo Juan Manuel Pino, ministro da Segurança Pública do Panamá.
“Todo esse conjunto […] aumentará as capacidades e a eficiência para coordenar e realizar operações conjuntas e combinadas para combater as redes do crime organizado transnacional, interditar o tráfico ilícito, controlar a pesca ilegal, executar operações de assistência humanitária, bem como missões de busca e resgate”, acrescentou Pino.
Pino explicou que o CROAN operará dia e noite com membros da Força Pública panamenha, sob a liderança do SENAN, e contará com diversas seções. Entre elas, a seção de Planejamento Conjunto estará encarregada de receber inteligência, avaliá-la e depois planejar e designar os recursos para o cumprimento das missões. “Da mesma forma, haverá uma seção de Monitoramento, Comando e Controle que se encarregará de zelar pela correta execução do que foi planejado e responder imediatamente, com os meios disponíveis da Força Pública do Panamá”, disse Pino.
No dia 10 de dezembro de 2020, o Almirante de Esquadra da Marinha dos EUA Craig S. Faller, comandante do Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM), visitou as instalações do CROAN e declarou que o centro terá o apoio dos EUA.
“Estou impressionado com a tecnologia, as capacidades, o profissionalismo e a experiência do pessoal que está no centro de operações”, disse o Alte Esq Faller, durante uma entrevista coletiva virtual, logo após sua visita. “A segurança do Panamá é importante para a segurança da região e dos Estados Unidos, e somos muito gratos pela liderança que o Panamá tem assumido. Respeitamos sua experiência e trabalharemos junto com eles sempre que nos for solicitado.”
De acordo com uma declaração de Pino ao jornal panamenho Panamá América, os Estados Unidos apoiarão com equipamentos de comunicação, tecnologia e segurança; com adestramento e assessoria às unidades panamenhas; e com a doação de lanchas rápidas. Pino disse à Diálogo que o centro contará também com o apoio da Força-Tarefa Conjunta Interagencial Sul (JIATF-Sul) do SOUTHCOM.
“Estamos trabalhando em protocolos de intercâmbio de informações com a JIATF-Sul, para uma melhor coordenação nas operações de luta contra as redes do crime organizado transnacional. Além disso, o Panamá manterá permanentemente um oficial de ligação na sede da JIATF-Sul em Key West, Flórida, para facilitar a comunicação e as coordenações”, acrescentou o ministro.