No final de junho e início de julho, o Exército do Chile realizou o Exercício Teifún 2021, para testar as capacidades de integração de suas brigadas especiais que compõem o novo Comando de Operações Especiais (COPE) da instituição. O exercício de 12 dias contou com a participação de 400 militares do COPE, além de um grupo do Comando de Forças Especiais da Marinha e recursos da Força Aérea do Chile.
O exercício consistiu no cenário simulado de uma operação de contingência em um país adversário, “onde a ONU havia estabelecido a imposição da paz e não se estava cumprindo”, disse à Diálogo o Tenente-Coronel Patricio Villaroel, do Exército do Chile, oficial de Comunicações da Brigada de Operações Especiais.
Diante desse cenário, foi convocada uma força multinacional integrada por forças especiais do Exército do Chile e componentes de inteligência, cuja missão consistia em infiltrar o terreno, estabelecer um centro de controle de comando e retomar o controle da situação com rapidez, pondo um fim aos conflitos internos que ameaçavam o país.
“Foi uma grande experiência […]. Com o Teifún 2021 pudemos perceber como nossas forças especiais começam a se potencializar com as capacidades de inteligência, o que nos permite atribuir um valor agregado ao Comando de Operações Especiais: é uma sinergia”, disse à Diálogo o Coronel Raúl Rosas, do Exército do Chile, chefe do Departamento de Inteligência do Quartel General do COPE.
O COPE foi ativado em dezembro de 2020, unificando sob um só comando todas as unidades de forças especiais do Exército: a Brigada de Operações Especiais Lautaro, a Brigada de Aviação do Exército e a Brigada de Inteligência. Com a criação do COPE, o Exército busca fortalecer a interoperabilidade entre as brigadas que o compõem e projetar uma instituição funcional, com maior eficiência e altamente qualificada, para ser destacada em operações militares tradicionais, bem como no apoio humanitário e na resposta a desastres.
Em entrevista concedida à revista institucional Armas y Servicios, o General de Brigada Carlos Castillo Villarroel, do Exército do Chile, comandante do COPE, explicou as vantagens da criação do comando. “Foi um salto qualitativo para as operações especiais em emprego, doutrina e cultura, porque separadamente cada um vê seu próprio espaço, mas, de forma integrada, são geradas melhoras substanciais com relação ao emprego dos recursos e à maior eficiência no uso dos mesmos”, disse o oficial.
“Com o COPE, o Exército do Chile está apostando em duas coisas: primeiro, em obter uma maior eficiência nas operações conjuntas do ponto de vista tático, coordenando unidades distintas do Exército em termos de comando e controle, comunicações e inteligência; em segundo lugar, ocupar toda sua capacidade logística de sistema de naturezas distintas, para poder funcionar em operações combinadas com as forças de outros países”, explicou à Diálogo Guillermo Holzmann, analista chileno de defesa e acadêmico da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de Valparaíso.
Em relação aos treinamentos, o Gen Bda Castillo lembrou que se busca conseguir que as brigadas e seus integrantes se conheçam e trabalhem de forma sincronizada, de modo que “quando estiverem operando na vida real, tanto em tempo de paz como de guerra, exista um conhecimento mútuo estreito entre todos os que participam da operação […].”
O Exercício Teifún, o primeiro no terreno do COPE, serviu como antessala preparatória para um exercício de maior complexidade que será realizado em outubro, explicou o Cel Rosas.
“O treinamento é fundamental”, concluiu o Gen Bda Castillo à Armas y Servicios.