A atividade é fruto da parceria entre Brasil e Estados Unidos estabelecida no início de 2019, por meio do Programa de Parceria Estatal.
EOD é a sigla em inglês para neutralização de engenhos explosivos (Explosive Ordnance Disposal) usada internacionalmente para designar as atividades de localização, identificação e neutralização de material bélico não detonado, como artefatos explosivos, munições ou armas de destruição maciça. O tema foi o cerne do intercâmbio entre a Guarda Nacional de Nova York (NYNG, em inglês) e cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) do Brasil, como parte do Estágio de Desminagem e Desativação de Artefatos. A atividade foi realizada no Centro de Engenharia do Exército Brasileiro (EB), em Araguari, estado de Minas Gerais, entre os dias 2 e 5 de setembro de 2019.
Essa foi a primeira vez que o Centro de Instrução de Engenharia do EB contou com uma equipe norte-americana no grupo de instrutores. A novidade se deu graças ao Programa de Parc
eria Estatal entre as forças armadas do Brasil e a NYNG, estabelecido em março de 2019. O Programa de Parceria Estatal do Departamento de Defesa dos EUA, lançado em 1993, vincula uma guarda nacional de um estado dos EUA com as forças armadas ou públicas de uma nação parceira, para desenvolver relacionamentos e facilitar a cooperação através de engajamentos militares e troca de experiências.
EOD na teoria e na prática
O estágio começou com aulas teóricas. Tratados e padrões internacionais, emprego do atendimento pré-hospitalar em vítimas de explosão e medidas de segurança foram alguns dos temas repassados.
Os instrutores da NYNG falaram então sobre suas experiências. Eles expuseram conhecimentos específicos sobre a área de EOD, que difere da desminagem humanitária que é realizada em um contexto de pós-conflito, para tornar os territórios mais seguros para a vida diária, permitindo que as escolas sejam reabertas, os refugiados possam voltar para casa e as terras possam ser reutilizadas para a agricultura.
“O foco deles foi falar sobre as técnicas, táticas e procedimentos de equipes de engenharia de combate especializadas em EOD e explicar sobre a organização das equipes de EOD em conflitos internacionais”, afirmou o Major João de Deus José Nunes Neto, instrutor-chefe do Centro de Instrução de Engenharia do EB.
Durante a parte prática do estágio, os alunos tiveram que enfrentar várias ameaças simuladas no terreno e agir com base no que foi aprendido. “A proposta era a de um exercício controlado em que a gente tinha que fazer uma progressão por uma via. Durante esse deslocamento da tropa, estavam programados incidentes, por exemplo, armadilhas e explosivos”, explicou o Cadete Matheus Borba Silva, um dos alunos da AMAN que participou do estágio.
Quando os alunos paravam para fazer o reconhecimento ou a desativação de um artefato, os instrutores brasileiros e norte-americanos observavam e era feita uma avaliação na hora, indicando erros e acertos. “O mais interessante para mim foi ouvir as histórias dos militares da Guarda Nacional de Nova York, porque eles falavam da experiência em operações reais, como no Afeganistão”, contou o Cadete Borba.
Com a conclusão do estágio, a AMAN ganhou a sua segunda turma especializada em ações de EOD, do grupo de alunos da área de engenharia que estão no último ano da instituição de ensino. A primeira turma foi formada em 2018, também no Centro de Instrução de Engenharia do EB.