A Marinha do Brasil (MB) comemora em 2020 os 40 anos do ingresso das mulheres em suas fileiras. Foi em 1980 que o Brasil criou o Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha (CAFRM) para que as mulheres atuassem nas áreas técnicas, administrativas e de saúde. De lá para cá, muita coisa mudou.
Apesar de ainda representarem apenas um pouco mais de 11 por cento dos 76.442 militares da força, as mulheres vêm gradativamente assumindo posições de relevância e conquistando espaços que até bem pouco tempo seriam impensáveis para uma militar. Em 2021, as mulheres farão parte pela primeira vez da força de combate do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN).
“O acesso e o desenvolvimento da carreira militar na MB ocorrem de acordo com os princípios de igualdade, mérito e capacidade, com vencimentos referenciados unicamente aos diversos postos, graduações e habilitações específicas, independentemente do sexo”, afirmou à Diálogo a Assessoria de Comunicação do Comando-Geral do CFN. “Nesse sentido, homens e mulheres concorrem, em igualdade de condições, nos processos seletivos ou nas rotinas, no usufruto de direitos e no cumprimento de deveres, dentro de seus respectivos corpos e quadros.”
A MB foi a primeira das três forças brasileiras a promover uma mulher ao posto de oficial-general, a Contra-Almirante Dalva Maria Carvalho Mendes, em 2012, médica do Corpo de Saúde da MB. Em 2018, a Contra-Almirante Luciana Mascarenhas da Costa Marroni, do Corpo de Engenheiros, foi a segunda mulher a alcançar o mesmo posto.
“No mundo inteiro, sempre existiram mulheres guerreiras, à frente de seu tempo, mas agora eu vejo que somos reconhecidas pela nossa capacidade de fazer qualquer coisa e de atuar em qualquer área. Sempre digo o seguinte: não adianta falarmos em homens versus mulheres, pois, independentemente de gênero, a capacidade e a competência para atuar em determinadas áreas profissionais são individuais”, afirmou à Diálogo a C Alte Dalva, atualmente assessora do comandante da MB.