Um dos pontos de foco durante o PANAMAX 2022 foi a defesa cibernética ou ciberdefesa. O Major Kayson Gunzell, da Força de Defesa da Jamaica, fez parte da célula cibernética durante o exercício multinacional. Diálogo conversou com o oficial jamaicano sobre o papel que ele desempenhou durante o PANAMAX 2022.
Diálogo: Por que a defesa cibernética é um tópico tão em voga no PANAMAX 2022?
Major Kayson Gunzell, da Força de Defesa da Jamaica: Cyber é um domínio no qual todos nós estamos tentando marcar presença no momento. É um novo domínio que permite um ataque a um adversário a partir de qualquer lugar do mundo. Você não está limitado à sua localização geográfica, em termos de cibernética, para o exercício, mas nós fomos limitados em termos de nossas capacidades ofensivas. O que é permitido, de uma perspectiva cibernética, é a capacidade de olhar para possíveis alvos cibernéticos e obter um resultado particular, sendo um elemento de ligação e fazendo um engajamento entre agências. Este exercício trouxe à tona uma série de considerações sobre os adversários dentro do domínio cibernético.
Diálogo: Você pode elaborar um pouco mais sobre o que disse sobre ser limitado em termos de ataques cibernéticos durante o exercício?
Maj Gunzell: Eu diria que é porque o ciberataque é um componente que é classificado, por isso não podemos expor certas capacidades. Não nos foi dada essa diretiva ofensiva. Fomos limitados em termos do que fazer nesse sentido, e não recebemos luz verde para fazer algo ofensivo, mas poderíamos nos engajar em operações do tipo defensivo para causar um resultado, o que, de certa forma, não deixa de ser uma ação ofensiva. O que fizemos? Uma abordagem mais passiva, sem utilizar uma capacidade cibernética.
Diálogo: Houve alguma atividade cibernética por parte dos adversários durante o exercício?
Maj Gunzell: O adversário usa o domínio cibernético como um meio primário para sua campanha de propaganda. Também pudemos ver onde eles estavam tentando conduzir alguns ciberataques. Nesse caso, nós teríamos feito essa avaliação e começado a colocar em prática o plano de contingência necessário. Assim, caso houvesse um ataque, os danos reais seriam muito limitados.
Diálogo: Em que a Jamaica contribuiu sob uma perspectiva cibernética?
Maj Gunzell: Estamos desenvolvendo nossa capacidade cibernética na Jamaica. Embora eu fosse o único jamaicano na célula cibernética, pude vir aqui e me encaixar perfeitamente, demonstrando que a cibernética é um idioma… um idioma universal. Pude agregar valor às discussões também, em termos de considerações nominais.