A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW, em inglês) denunciou, no dia 18 de setembro de 2019, execuções extrajudiciais e detenções arbitrárias efetuadas pelas Forças de Ações Especiais (FAES) da polícia venezuelana em zonas de baixa renda que deixaram de apoiar o governo de Nicolás Maduro.
“Em meio a uma crise econômica e humanitária que atinge com maior gravidade aqueles que menos têm, as autoridades venezuelanas cometem abusos absurdos nas comunidades de baixa renda que deixaram de apoiar o regime de Maduro”, disse José Miguel Vivanco, diretor para as Américas da HRW.
A ONG informou que a instituição policial cometeu “impunemente graves violações aos direitos humanos” e que “em um país cujo sistema de justiça é utilizado para perseguir os opositores, ao invés de investigar os crimes, as forças de segurança venezuelanas estão fazendo justiça com as próprias mãos.”
A organização baseou seu relatório em entrevistas feitas em junho e julho a testemunhas ou familiares de nove vítimas de supostos abusos praticados por agentes em Caracas e em um estado do interior do país, além de relatos de advogados, ativistas e jornalistas.
Segundo a HRW, esses relatórios são “consistentes com o padrão identificado pelo Escritório da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos”, Michelle Bachelet, que no início de setembro denunciou casos de possíveis execuções extrajudiciais cometidas pela FAES.
Em outro relatório divulgado em julho, Bachelet denunciou que nos últimos 18 meses foram realizadas na Venezuela cerca de 7.000 execuções extrajudiciais e que as forças de segurança foram responsáveis pela grande maioria dessas mortes.