ADSUMUS é uma palavra com origem no latim que significa “aqui estamos”. Responder ADSUMUS quer dizer demonstrar que se está pronto e presente para atender a um chamado ou a uma ordem a qualquer momento. E é por isso que o termo é usado com muito orgulho pelos integrantes do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) do Brasil, que neste 7 de março, comemora 213 anos de criação. E num período de pandemia, esses militares nunca estiveram tão presentes, ou ADSUMUS. Os FN participaram de praticamente todas as ações realizadas pela Marinha do Brasil (MB) voltadas a minimizar os efeitos da COVID-19, como desinfecção de locais públicos até campanhas de esclarecimento à população.
“Com muito orgulho, posso dizer que, mais uma vez, nos superamos. Antes mesmo de a pandemia se instalar no país, durante a ‘Operação Regresso’, os Fuzileiros Navais, em conjunto com diversas agências e as demais forças singulares, já estavam de prontidão para acolher os brasileiros repatriados de Wuhan, na China… Atuamos na ‘Operação COVID-19’, realizando ações como desinfecção de locais de grande circulação de pessoas, doação de kits de alimentação e de higiene, capacitação de civis e de agentes públicos, no Brasil e no exterior”, disse o Almirante de Esquadra (FN) Paulo Martino Zuccaro, comandante-geral do CFN. “Também apostamos na ciência e na tecnologia para proteger aqueles que estiveram e ainda estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus e a quem devemos nossa gratidão e nosso reconhecimento: os valorosos profissionais de saúde.”
Mesmo com a pandemia, o CFN conseguiu levar adiante alguns projetos importantes em 2020. Como parte do Programa de Construção do Poder Naval, a MB e o governo dos EUA fecharam um acordo para a obtenção de viaturas blindadas leves sobre rodas 4×4, com entregas previstas a partir de 2022.
“Também foi criado o Escritório de Ciência e Tecnologia do Corpo de Fuzileiros Navais, o Escritório Vanguarda, na estrutura do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, o que muito contribuirá para a aceleração de projetos e a sinergia com as excelentes instituições de pesquisa e desenvolvimento já existentes na Marinha”, completou o Alte Esq Zuccaro.
Transformação
Apesar da COVID-19, o CFN mantém um plano de transformação, investindo mais em recursos humanos, por exemplo. “O CFN está investindo nesse tipo de iniciativa, pois acredita que o recurso humano é o eixo central das organizações bem-sucedidas. Apenas as organizações que enxergarem esta realidade e valorizarem o seu capital humano permanecerão vivas e fortes no terceiro milênio”, explicou o Almirante de Esquadra (FN) Alexandre José Barreto de Mattos, ex-comandante geral do CFN, quando da celebração do aniversário da unidade em 2020.
Outra preocupação do CFN é com relação ao impacto de suas atividades no meio ambiente. Para tanto, foi implementado em 2019 o plano de sustentabilidade “CFN Transforma”, que estimula a reflexão e a mudança de atitudes para permitir a incorporação da responsabilidade socioambiental nas tripulações dos FN. O plano faz parte do Sistema de Gestão Ambiental, implementado pela MB como um todo.
O CFN também quer fazer um melhor trabalho no sentido da integração de gênero. Faz apenas 41 anos que a primeira mulher ingressou na força e foi só em 2016 que a 2º Tenente Auxiliar Fuzileiro Naval Débora Ferreira de Freitas concluiu o curso de Especialização em Guerra Anfíbia, tornando-se a primeira mulher habilitada a comandar um pelotão de infantaria no Brasil.
Um pouco de história
Os primórdios do CFN vêm de 1807, quando a Corte Portuguesa, sob ameaça de invasão por tropas de Napoleão Bonaparte, se transfere para o Brasil. É este fato que dá início ao que viria a ser o CFN do Brasil, já que, nesse traslado, coube à Brigada Real da Marinha prover proteção à corte lusitana, que iria passar a governar a partir da cidade do Rio de Janeiro, capital do Brasil à época, logo alçada à sede do Reino de Portugal, Brasil e Algarves. A chegada ao Rio de Janeiro, em 7 de março de 1808, marcaria a data de nascimento do atual Corpo de Fuzileiros Navais.
Mas foi só com a Proclamação da Independência, em 7 de setembro de 1822, que se consolidou a necessidade do estabelecimento de uma tropa de marinheiros-fuzileiros para a defesa do recém-criado país. Assim, em 24 de outubro de 1822, o imperador Pedro I, por decreto, criou o Batalhão de Artilharia da Marinha, no Rio de Janeiro, com os militares que ficaram no Brasil após a partida de D. João VI de volta para Portugal.
Hoje, o CFN conta com 17.000 militares, todos voluntários.