Os chefes das forças aéreas sul-americanas buscam soluções mútuas para os desafios atuais sobre a segurança cibernética, espacial e as ameaças transnacionais.
“A cooperação como estratégia para o progresso” foi o tema da abertura da Conferência Sul-Americana de Chefes das Forças Aéreas e Líderes Seniores, realizada na Base da Força Aérea Davis-Monthan, em Tucson, Arizona, entre os dias 4 e 8 de novembro de 2019. Pela primeira vez, a conferência incluiu um seminário simultâneo para os graduados superiores.
“Espero que essa reunião nos permita aumentar a cooperação e o companheirismo, não apenas concentrando-nos em temas como o espaço, as ameaças cibernéticas e transnacionais, mas também escutando uns aos outros sobre as capacidades e os desafios que compartilhamos”, disse o Brigadeiro Andrew Croft, comandante da 12ª Força Aérea, das Forças Aéreas Sul dos EUA (AFSOUTH, em inglês), que foi anfitrião do evento.
Durante o seu discurso de boas-vindas aos mais de 50 participantes pertencentes às forças aéreas da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru e representantes do Programa de Colaboração Estatal da Guarda Nacional Aérea dos EUA e de diferentes unidades da Força Aérea dos EUA, o Brig Croft disse: “Nossa região enfrenta alguns desafios… e esses desafios combinados com estados e agentes malignos da região ameaçam nossas democracias e nossos valores compartilhados… É quando a política está incerta que nós, como militares de nossa nação, devemos estar mais seguros quanto aos nossos valores, capacidades e cooperação, para manter a segurança do nosso hemisfério.
A reunião incluiu exposições sobre as capacidades de cada força aérea, seus progressos em termos de espaço e cibersegurança e as ameaças transnacionais. Os chefes das forças aéreas realizaram reuniões bilaterais e uma visita guiada ao 309º Grupo de Manutenção e Recuperação Aeroespacial e ao Sistema de Cooperação das Forças Aéreas Americanas.
Segurança espacial e cibernética

“O espaço e a segurança cibernética são dois fatores que podem gerar muitas agressões ou ameaças no mundo e até afetar os interesses de uma nação; por isso, cada Estado tem o direito e a responsabilidade de proteger seus habitantes, seus recursos e seus elementos de valor contra as possíveis ameaças”, disse o Major-Brigadeiro Juan José Janer, comandante do Comando Aeroespacial do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas da Argentina. “A Força Aérea Argentina tem a responsabilidade de garantir a proteção do espaço aéreo para salvaguardar os interesses nacionais.”
O Major-Brigadeiro Raúl Hoyos de Vinatea, chefe do Estado-Maior do Peru, afirmou durante sua apresentação que a Força Aérea do Peru entrou na era da cibersegurança. “O mais importante é que já foi promulgada a lei de ciberdefesa, visto que não havia um marco legal e existia um certo temor de executar operações ciberespaciais devido à possibilidade de se fazer algo ilícito com sistemas não autorizados”, disse o Maj Brig Hoyos. “A lei fornece o marco legal que nos autoriza a apoiar a cibersegurança e realizar operações nesse campo.”
O Tenente Brigadeiro do Ar Ramsés Rueda Rueda, comandante da Força Aérea Colombiana (FAC), falou sobre as ameaças transnacionais existentes em seu país e ressaltou que a FAC desempenha um papel muito importante na luta contra o narcotráfico. “Estamos impedindo que os narcotraficantes utilizem o espaço aéreo, mas eles estão voando pela parte externa do território; queremos combater o narcotráfico mesmo além das fronteiras nacionais.”
Desenvolvimento dos graduados
Enquanto os chefes das forças aéreas realizavam reuniões bilaterais com o Brig Croft, os graduados tiveram uma agenda paralela para analisar temas específicos de suas responsabilidades, como a importância da profissionalização das novas gerações de graduados e os novos desafios de segurança espacial e cibernética.
“Fazemos parte da equipe de liderança e estamos comprometidos com a missão, tal como nossos comandantes, e vem daí a necessidade de nos unirmos a eles para podermos ter o contexto completo daquilo que eles necessitam”, disse o Suboficial do Comando John Storms, da 12ª Força Aérea da AFSOUTH. “É importante reconhecer que a cultura de empoderamento dos graduados às vezes não conta com a autoridade e a autonomia suficientes, e por esse motivo é preciso haver uma mudança cultural. Por isso, na AFSOUTH estamos dispostos a ajudá-los em tudo o que for possível para acelerar esse processo.”