O General de Brigada Azariel Loria, comandante da Força de Defesa de Belize (BDF), está empenhado em levar a BDF aos mais altos padrões militares de profissionalismo. Ele lidera a luta nacional contra as organizações criminosas e trabalha com a cooperação de parceiros internacionais, para enfrentar as ameaças transnacionais.
O Gen Bda Loria falou com Diálogo sobre seu primeiro ano no comando e os objetivos que ele tem para o futuro da BDF.
Diálogo: Ao assumir o comando, o senhor se comprometeu a contribuir para a estabilidade, segurança e prosperidade de Belize. O que o senhor conseguiu realizar até agora?
General de Brigada Azariel Loria, comandante da Força de Defesa de Belize: Assumi o comando em 21 de dezembro de 2021 e, um mês depois, tivemos a cerimônia oficial da mudança de comando. Realizamos muitas coisas no ano passado. Uma semana após a cerimônia de mudança de comando, coorganizamos a Conferência de Segurança da América Central com o Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM). Em março de 2022, tivemos o prazer de receber a visita do Duque e da Duquesa de Cambridge, Príncipe William e Catherine Middleton, e, em maio, do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador; em ambas as visitas, ajudamos nas atividades do protocolo militar e cooperamos com questões de segurança. Em maio, organizamos o Tradewinds, com a participação de 22 países. Em novembro, o furacão Lisa atingiu o centro de Belize, onde nossas forças foram destacadas como primeiros socorristas, para apoiar com assistência humanitária e operações de alívio em desastres. Além de todos os principais acontecimentos, continuamos com nossos exercícios e operações regulares ao longo das fronteiras, para garantir a soberania e a integridade territorial de Belize.
Diálogo: Em 22 de dezembro de 2022, uma bem-sucedida operação antidrogas entre a BDF e o Departamento de Polícia de Belize encontrou e destruiu três plantações clandestinas de folhas de coca na fronteira com a Guatemala. As plantações de coca são uma ameaça crescente para o país?
Gen Bda Loria: É a primeira operação de erradicação de plantações de coca que é realizada em Belize. Não é segredo que na parte norte da Guatemala as plantações de coca já estavam sendo cultivadas ilegalmente antes de sua descoberta em território belizenho; nossas fontes de inteligência advertiram que ela poderia eventualmente ser importada para o território belizenho, e assim foi! Infelizmente, acreditamos que pessoas de Belize e da Guatemala naquela área conspiraram e plantaram 130.000 plantas de coca, que a BDF encontrou e destruiu com fogo.
Diálogo: A BDF desempenha um papel fundamental na segurança das fronteiras de Belize para conter as atividades ilícitas. O que há de novo em termos de cooperação de segurança com o México e a Guatemala para evitá-las?
Gen Bda Loria: Em 2020, interrompemos as operações de fronteira com as Forças Armadas do México, devido à COVID-19. Nós, entretanto, reiniciamos as operações de fronteira e exercícios com elas, bem como as reuniões mensais para intercâmbio de informações, que são focalizadas em deter as ameaças transnacionais, como narcotráfico, contrabando, imigração ilegal etc.
Também continuamos colaborando com as Forças Armadas da Guatemala, onde a cada três meses nossos planejadores se reúnem para organizar patrulhas que são executadas durante um período de três meses.
Diálogo: A BDF ampliou sua frota de veículos em outubro de 2022 com cinco novos caminhões de carga pesada doados pelo governo dos EUA, para fortalecer as capacidades de Belize para ajuda em caso de desastres, assistência humanitária e segurança nas fronteiras. Quais foram outras realizações recentes como parte da cooperação de segurança entre os Estados Unidos e Belize?
Gen Bda Loria: Os cinco caminhões doados nos ajudaram tremendamente durante nossas operações de assistência humanitária e socorro em desastres, devido ao furacão Lisa, e estamos muito gratos por esta doação tão oportuna. Estaremos recebendo uma aeronave Cessna Caravan em nossa frota equipada com capacidades de inteligência, vigilância e reconhecimento, para ajudar na detecção e rastreamento de aviões com drogas e outras aeronaves ilícitas no espaço aéreo de Belize.
Antecipamos a entrega em fevereiro ou março de 2023. Além disso, o exército dos EUA está prestes a concluir a construção de um centro de treinamento muito necessário, para que nossos elementos voluntários possam continuar aperfeiçoando sua prontidão operacional.
Diálogo: Como a BDF trabalha com a Força-Tarefa Conjunta Interagencial Sul (JIATF Sul)?
Gen Bda Loria: Tenho o prazer de afirmar que a BDF tem atualmente um oficial de ligação destacado na JIATF Sul. Temos o Centro Conjunto de Inteligência e Operações em Belize, que recebe informações sobre ameaças transnacionais, que prontamente compartilhamos com a JIATF Sul através de nossa ligação e vice versa.
Diálogo: O que há de novo entre a BDF e a Guarda Nacional da Louisiana (LANG) como parte do Programa de Parceria Estatal da Guarda Nacional dos EUA?
Gen Bda Loria: Temos uma parceria com a LANG há mais de 27 anos. No ano passado, o pessoal da BDF teve um aumento nas preocupações com o bem-estar da saúde, pois as tendências suicidas estavam aumentando, portanto, solicitamos a assistência da LANG, que respondeu rapidamente, enviando conselheiros e psicólogos para oferecer atenção imediata àqueles que precisavam. Em maio e junho deste ano, destacaremos 150 soldados de nossas forças para participar de um mês de formação em um curso no Centro de Treinamento Conjunto de Prontidão, na Louisiana, para aperfeiçoar suas habilidades. O objetivo com a BDF e a LANG é continuar alimentando nossa já robusta parceria.
Diálogo: O desenvolvimento de graduados ou líderes alistados tem sido reconhecido há muito tempo como crucial para manter uma vantagem competitiva e, nos últimos anos, muitas nações o adotaram. Como a BDF está trabalhando para o desenvolvimento profissional de seus graduados?
Gen Bda Loria: Os soldados alistados são a maioria do nosso pessoal. O pessoal alistado é a espinha dorsal de qualquer força armada. Tivemos uma reunião bilateral com a General de Exército Laura J. Richardson, do Exército dos EUA, comandante do SOUTHCOM, onde solicitamos assistência para treinamento, desenvolvimento de infraestrutura e atualização da doutrina de treinamento, já que estamos tentando elevar os padrões e a proficiência dos graduados.
Diálogo: Como as renovações dos edifícios de Price Barracks, com o apoio do SOUTHCOM, melhoraram a vida dos soldados?
Gen Bda Loria: Como íamos sediar o Tradewinds 2022, pedimos mais uma vez a assistência do SOUTHCOM para renovar dois edifícios que foram destinados a acomodar algumas das tropas internacionais. Depois disso, os edifícios foram destinados à empresa de engenharia leve para serem usados como alojamentos, o que está melhorando suas vidas, porque, no final das contas, acomodações decentes impulsionam o moral e os motivam a assumir compromissos operacionais sem reservas.
Diálogo: A Major Roberta Usher da BDF está frequentando o Colégio do Comando e Estado-Maior do Exército dos EUA, em Fort Leavenworth, Kansas. Por que esta seleção é importante para o pessoal da BDF?
Gen Bda Loria: A Maj Usher foi selecionada – entre poucos estudantes internacionais –, para frequentar a escola por causa de sua habilidade e experiência militar. Estamos muito orgulhosos dela e o curso que ela estará realizando é “operacional pesado”. Sei que será de grande ajuda para a BDF quando ela retornar, para modificar nossas doutrinas operacionais, quando for necessário. Ela também estará totalmente qualificada para comandar um batalhão.