Desde 2017, os Estados Unidos aplicam sanções a pessoas, empresas e entidades petrolíferas associadas ao regime de Nicolás Maduro, tanto dentro como fora da Venezuela.
Por que as sanções são necessárias e quem realmente sente seu impacto?
As sanções dos EUA são projetadas para garantir que Maduro e seus comparsas não lucrem com a mineração ilegal de ouro, as operações estatais de petróleo, ou outras transações comerciais que permitam as atividades criminosas do regime e os abusos aos direitos humanos.
Por exemplo, as sanções relativas ao petróleo são projetadas para “suspender essas fontes de receita financeira e impedir que a indústria petrolífera seja explorada para a obtenção de privilégios”, disse Carrie Filipetti, do Departamento de Estado dos EUA, a um comitê do Senado dos EUA.
Isso significa que são aplicadas sanções a uma pessoa como Alex Saab, um empresário colombiano que usou uma rede de empresas de fachada para esconder lucros provenientes de contratos supervalorizados e sem licitação obtidos por meio de subornos e propinas. Agora que ele sofreu sanções, não tem mais permissão para realizar negócios nos EUA ou através do sistema financeiro dos EUA.
Os economistas concordam que as sanções dos EUA não são responsáveis pelo declínio da economia venezuelana. De acordo com um estudo da Instituição Brookings e da Universidade de Harvard, “ao analisar vários resultados socioeconômicos na Venezuela ao longo do tempo, observa-se claramente que a maior parte da deterioração nos padrões de vida ocorreu muito antes das sanções serem aprovadas em 2017”.
Além disso, mesmo que o governo dos EUA imponha sanções a pessoas e empresas partidárias de Maduro, isso não diminui a quantidade de ajuda que os EUA oferecem à Venezuela.
O governo dos EUA forneceu mais de US$ 656 milhões em ajuda para salvar vidas ao povo venezuelano, entre 2017 e 2019. O orçamento proposto para o ano fiscal de 2021 do presidente Donald Trump inclui US$ 205 milhões para atender às necessidades relacionadas à saúde e à agricultura dos venezuelanos.
Embora o governo dos EUA tenha imposto sanções a pessoas e organizações, “as sanções não precisam ser permanentes para aqueles que desejem contribuir para o futuro democrático da Venezuela”, explicou Elliott Abrams, do Departamento de Estado dos EUA. Mas “aqueles que continuarem a se beneficiar ou apoiar Maduro devem ficar alertas”.