O governo dos Estados Unidos doou à Polícia Nacional Civil (PNC) da Guatemala 22 exemplares caninos, que serão treinados para combater o narcotráfico e o crime organizado, disse o Ministério do Governo da Guatemala (MINGOB) em um comunicado.
“Para a PNC, esta doação representa uma força para continuar combatendo os fenômenos do narcotráfico e do crime transnacional que afetam a região, bem como para alcançar resultados como a apreensão de drogas, a localização de pessoas que estão realizando este tipo de atividade ilegal, colocando-as à disposição dos tribunais”, disse à Diálogo Jorge Aguilar, porta-voz do MINGOB, em 13 de outubro.
De acordo com o MINGOB, os cães, das raças pastor belga malinois e pastor alemão, foram entregues no dia 27 de setembro pela Embaixada dos EUA, através do Departamento de Assuntos Internacionais contra o Narcotráfico e Aplicação da Lei (INL), à Escola Centro-Americana de Treinamento Canino, em Barberena, Santa Rosa.
Os caninos serão treinados durante três meses, para detectar qualquer tipo de drogas, dispositivos eletrônicos, papel-moeda, armas e explosivos. Depois de serem certificados como agentes K-9, os cães serão entregues para o trabalho no terreno, disse o escritório.
Estes cães são adicionados aos 41 exemplares ativos. Em novembro, espera-se receber mais 18 candidatos, para um total de 81 agentes K-9, que comporão a Unidade Canina da força policial. Esta unidade é responsável por mais de 70 por cento das apreensões de narcóticos, disse a Embaixada dos EUA no Twitter, em 30 de setembro.
“Os cães serão destacados em nível nacional, especificamente em portos e aeroportos, mas também em diferentes setores do país”, disse a Embaixada. “Estamos falando dos pontos de fronteira entre a Guatemala com El Salvador e Honduras e a Guatemala com o México.”
O avanço
As organizações criminosas da Guatemala estão entre as mais sofisticadas e perigosas da América Central. Elas estão envolvidas no cultivo de maconha, coca e papoula, assim como no tráfico de pessoas, sequestro, extorsão, lavagem de dinheiro, contrabando de armas e crimes ambientais; freqüentemente trabalham com grupos do México e da Colômbia, relata a InSight Crime, a organização internacional dedicada à investigação do crime organizado na América Latina e no Caribe.
De acordo com dados do MINGOB, de 1º de janeiro a 31 de agosto de 2022, as forças de segurança guatemaltecas apreenderam mais de 1.545 quilos de cocaína. Além disso, confiscaram mais de 9 milhões de plantas de papoulas, 244 veículos, aeronaves, armas de fogo, munições e cinco laboratórios clandestinos de processamento de drogas.
“A cooperação contra o narcotráfico entre a Polícia da Guatemala e os Estados Unidos também está progredindo”, disse Aguilar. “Somente em 2021, 57 pessoas foram postas à disposição dos tribunais com mandados de prisão para extradição para os Estados Unidos. Durante 2022, já são 36.”
Laboratório científico
“Além da doação das unidades K-9, outra forma pela qual o governo dos EUA apóia a PNC é com capacitações”, acrescentou Aguilar. “Mas também com doações de veículos e outros tipos de situações que fortalecem este processo em todos os momentos.”
Como parte desse compromisso, os Estados Unidos estão apoiando a construção de um laboratório científico para proteger as provas sob a custódia da Subdireção Geral de Análise de Informações Antinarcóticos da PNC em San José de Golfo, afirmou o MINGOB.
Em 27 de julho, o escritório do INL da Embaixada dos EUA na Guatemala entregou uma unidade canina móvel à Divisão de Investigação e Desativação de Armas e Explosivos da PNC, para transportar cães pertencentes aos binômios K-9 que detectam armas e explosivos, acrescentou o MINGOB.
“A assistência de cooperação ou capacitação recebida dos Estados Unidos pela Polícia da Guatemala a médio e longo prazo é muito importante. A capacitação contínua da polícia torna as atividades efetivas […]; golpes diretos foram dados ao narcotráfico. Esta luta contra o narcotráfico ainda não terminou”, disse Aguilar.