Estados Unidos, Peru e Bolívia enviaram mensagens de preocupação e apoio ao Equador, que tem sido assolado pela violência e pela insegurança, como refletido em 9 de janeiro no ataque a um canal de televisão por um grupo de homens encapuzados, enquanto a emissora estava transmitindo ao vivo.
No mesmo dia, o Peru anunciou que declararia estado de emergência na fronteira comum com o Equador, para que os militares pudessem ajudar a polícia, após uma série de atos violentos no país vizinho, como o ataque de um grupo de homens armados e encapuzados a uma estação de televisão e a suposta fuga de dois líderes criminosos ligados ao narcotráfico.
Mensagens de preocupação e apoio também vieram dos Estados Unidos e da Bolívia para o país sul-americano, que está mergulhado na violência e na insegurança há pelo menos três anos e fechou 2023 com um recorde de 7.600 homicídios.
O primeiro-ministro peruano, Alberto Otárola, disse aos repórteres que a presidente Dina Boluarte havia ordenado que os ministros da Defesa e do Interior viajassem para a fronteira com o Equador, além de enviar policiais para ajudar a melhorar o controle do trânsito nos postos fronteiriços.
Ambos os países têm uma fronteira comum total de 1.529 quilômetros, a maior parte em áreas inacessíveis da Amazônia.
Otárola lembrou que um estado de emergência está em vigor desde setembro, para combater o crime em áreas das regiões de Tumbes e Piura, ambas na fronteira com o Equador. Mas, acrescentou que também será declarado em áreas das regiões de Cajamarca, Amazonas e Loreto, as quais também fazem fronteira com o país vizinho.
“Quando um estado de emergência é declarado, as forças armadas recebem ordens para apoiar a polícia nacional e, sim, haverá tropas do exército”, disse Otárola.
Nas áreas onde as medidas anticrime foram implementadas anteriormente, os eventos sociais foram proibidos da meia-noite até as 4h da madrugada. O livre trânsito, a liberdade de reunião e a inviolabilidade de domicílio também foram suspensos.
A fronteira entre o Peru e o Equador tem sido uma área frequente de tráfico de migrantes, bem como de contrabando de combustível, produtos de primeira necessidade, roupas e outros bens, o que vem ocorrendo há décadas entre os dois países.
Por sua vez, o embaixador Brian Nichols, subsecretário para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, comentou os acontecimentos no Equador por meio da rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.
“[Estou] extremamente preocupado com a violência e os sequestros ocorridos hoje [9 de janeiro] no Equador”, escreveu em uma mensagem, na qual afirmou que os Estados Unidos, em apoio ao povo equatoriano, “estão prontos para prestar assistência ao governo equatoriano”.
O alto funcionário do governo dos EUA também confirmou que eles permanecem “em contato próximo” com a equipe do presidente Noboa.
E, da Bolívia, o presidente Luis Arce publicou uma mensagem no X na qual repudiava “os atos de violência ocorridos nas últimas horas na irmã República do Equador”; também oferecia apoio para o retorno da calma ao país e expressava “total solidariedade com o povo e o governo equatoriano, que está passando por uma situação crítica de segurança e luta contra o crime”.
Ele também insistiu que “é urgente trabalhar na regionalização da luta contra o narcotráfico e outras atividades ilícitas, bem como na criação de órgãos supranacionais, como a Aliança Latino-Americana Antidrogas”, uma proposta que, segundo indicou, a Bolívia já apresentou em várias reuniões internacionais.
Por sua vez, a embaixada da Espanha no país condenou a violência e expressou sua solidariedade às vítimas.
“Apoiamos as instituições democráticas do Equador para restaurar a normalidade na vida do povo irmão equatoriano”, disse a legação diplomática em uma mensagem em sua conta no X.