O governo de El Salvador anunciou, no dia 16 de fevereiro de 2021, a incorporação de 1.042 soldados da Força Armada, entre eles 51 mulheres, aos trabalhos de segurança com os oficiais da Polícia Nacional Civil, para fortalecer a estratégia de defesa contra as quadrilhas.
Com esse alistamento, já são 9.000 militares que participam do Plano de Controle Territorial, informou o Ministério da Defesa no Twitter. Esse plano estratégico foi implementado em julho de 2019, com o objetivo de recuperar os territórios controlados pelas quadrilhas e reduzir o número de assassinatos e outros crimes de alto impacto.
O novo contingente será incorporado às tarefas de patrulhamento nos territórios com mais altos índices de criminalidade, disse a Presidência.

Estima-se que haja 60.000 membros de gangues ativos em solo salvadorenho; são três as quadrilhas dominantes: Mara Salvatrucha (MS-13), Barrio 18-Sureños e Barrio 18-Revolucionários, de acordo com a BBC. Essas quadrilhas são responsáveis pela maioria dos assassinatos registrados no país, acrescentou a agência de notícias EFE.
O jornal El Salvador divulgou no dia 15 de fevereiro que o país continua sendo ponto de trânsito do narcotráfico para movimentar seus carregamentos para os Estados Unidos e outros países, onde esses grupos desempenham um papel cada vez mais ativo, porque controlam o território de diversas comunidades. As quadrilhas passaram de ser cobradoras de taxas de extorsão a vendedores de drogas em seus territórios a comercializadoras diretas, sem deixar de lado o consumo; inclusive já traficam metanfetaminas, informou o jornal El Salvador.
Em outubro de 2020, pela primeira vez as autoridades desmantelaram em São Salvador um laboratório de metanfetaminas de propriedade da MS-13; para escapar às autoridades, o local se disfarçava em centro religioso, publicou o jornal salvadorenho La Prensa Gráfica.
A taxa de consumo de anfetaminas na América Central supera o registro global, o que supõe um mercado potencial que as quadrilhas podem controlar futuramente com suas redes de tráfico varejista, informou a revista mexicana Forbes Centroamérica, no dia 23 de julho de 2020.
“As quadrilhas vêm se envolvendo com algumas organizações do tráfico internacional de drogas em diferentes capacidades, prestando segurança e inclusive transportando o produto. Esses grupos entraram em contato com quantidades significativas de drogas e, sem dúvida, deram um salto nesse negócio ilícito”, disse em 14 de fevereiro ao jornal El Salvador o especialista em segurança Carlos Ponce, professor da Universidade de Fraser Valley, no Canadá.
As quadrilhas vêm se envolvendo com algumas organizações do tráfico internacional de drogas em diferentes capacidades, prestando segurança e inclusive transportando o produto. Esses grupos entraram em contato com quantidades significativas de drogas e, sem dúvida, deram um salto nesse negócio ilícito”, especialista em segurança Carlos Ponce, professor da Universidade de Fraser Valley, no Canadá.
No entanto, as forças de segurança salvadorenhas não baixam a guarda. No dia 11 de fevereiro, interceptaram 500 quilos de cocaína a bordo de uma embarcação em águas territoriais, informou a Polícia no Twitter. “Na ação houve perseguição a uma lancha do narcotráfico do Golfo de Fonseca até a Baía de Jiquilisco e os traficantes [guatemaltecos] atacaram com armas de fogo. Um deles morreu e o outro foi capturado”, declarou no Twitter o ministro da Justiça e Segurança Pública salvadorenho Rogelio Rivas.