Enquanto a Rússia iniciava uma invasão em grande escala na Ucrânia, os cubanos na ilha condenavam o apoio da ditadura de Havana a Vladimir Putin.
Enquanto os países democráticos condenavam a agressão brutal das forças russas contra os ucranianos, Miguel Díaz-Canel aprovava os ataques, assim como os regimes de Nicolás Maduro e Daniel Ortega-Rosario Murillo, na Venezuela e na Nicarágua.
O líder da oposição cubana Manuel Cuesta Morúa, porta-voz do partido Arco Progresista e vice-presidente do Conselho para a Transição Democrática em Cuba, questionou no Twitter o apoio à Rússia dos regimes esquerdistas do hemisfério ocidental.
“O que diz a esquerda revolucionária deste hemisfério diante da tentativa criminosa de #Putin de destruir e apropriar-se da #Ucrânia? Será que o direito à existência nacional depende da ideologia? Por trás do antiamericanismo, essa esquerda esconde sua fraqueza ante a #China e a #Rússia”, disse Cuesta Morúa.
Outros usuários das mídias sociais destacaram os duplos padrões do regime castrista, apoiando o início de uma guerra na Europa.
Nas horas que se seguiram à invasão russa da Ucrânia, os cubanos expressaram suas opiniões sobre o assunto. Muitos entrevistados pela Rádio Martí disseram que o destacamento de tropas russas viola a soberania da Ucrânia.
“Eu acredito que esta invasão não deveria ocorrer, porque cada um é dono de sua soberania”, disse Alberto Hernández, residente do bairro de Lawton, em Havana, durante uma entrevista à Rádio Martí.
Yoel Parsons, um morador de Havana, ressaltou que se trata de um abuso de Vladimir Putin, destacando que o apoio da liderança castrista é ultrajante. “Todos aqui são contra a guerra. Todos sabem que isso é um abuso da Rússia. Quanto ao apoio de Cuba, ninguém entende isso… como é possível que Cuba, que sempre se posicionou contra a guerra, contra os exercícios e ações dos Estados Unidos, que tiveram muito mais motivos para ir à guerra, muito mais do que aqueles que a Rússia está tendo contra a Ucrânia, que neste momento não são visíveis… Muitas pessoas aqui dizem que o problema é que a Rússia é o senhor de Cuba”, disse Parsons.
A jornalista cubana Yoani Sánchez também criticou o duplo padrão do regime cubano em relação às invasões de outras nações. “Em 1968, Fidel Castro aplaudiu a entrada de tanques soviéticos em Praga; agora Miguel Díaz-Canel não condena a invasão russa da Ucrânia… e a imprensa oficial a justifica com base em razões de ‘segurança’”, disse Sánchez via Twitter.