O fortalecimento da segurança dos EUA através de parcerias e alianças com outras nações foi o tema discutido pela General de Exército Laura J. Richardson, do Exército dos EUA, comandante do Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM), e pelo Almirante de Esquadra John Aquilino, da Marinha dos EUA, comandante do Comando Indo-Pacífico dos EUA, junto a outros panelistas no Fórum Reagan de Defesa Nacional, no dia 4 de dezembro de 2021.
O fórum se concentrou em como os Estados Unidos podem liderar o mundo em uma era de desafios e oportunidades cada vez mais complexos.
A Gen Ex Richardson, que assumiu o comando do SOUTHCOM em outubro deste ano, falou sobre a importância da Colômbia e do Brasil no hemisfério ocidental, dois dos maiores e mais antigos parceiros de segurança dos EUA na região.
“Considerando-se todos os desafios que temos – as ameaças transversais que desafiam nossa segurança coletiva em todos os domínios –, nossos aliados e parceiros nos tornam exponencialmente mais fortes”, disse a Gen Ex Richardson. “Acho que devemos olhar para isso a partir dessa perspectiva, do que eles têm que trazer e do que nós temos que trazer. Devemos analisar o assunto através de sua perspectiva e suas lentes. Muitas vezes só olhamos através… de nossas lentes.”
Falando da importância do treinamento e dos exercícios, a Gen Ex Richardson disse que os aliados dos EUA querem fazer parcerias com esse país, acrescentando: “Acredito que temos que capitalizar isso.”
Os exercícios militares dão aos Estados Unidos e às nações parceiras oportunidades de mostrar seus militares profissionais e ajudar a treinar seus parceiros, que se tornam exportadores essenciais de segurança na região, enfatizou. “As nações parceiras que temos, as relações que temos naquela região são realmente formidáveis […],” disse o comandante do SOUTHCOM. “Quando olhamos para alguns destes exercícios, UNITAS, PANAMAX, Tradewinds, todos estes são nomes de exercícios que muitos de vocês já ouviram falar, e que já existem há muitos, muitos anos, mas dá a oportunidade de mostrar as forças armadas profissionais que nós temos e estas nações parceiras têm”.
Um outro tópico do fórum foi a presença da China na região, através da sua Iniciativa Cinturão e Rota (BRI, em inglês). De acordo com o Conselho de Relações Exteriores, 19 dos 31 países do hemisfério ocidental demonstraram sua disposição de participar do projeto chinês. Com referência à situação que diversos países africanos enfrentam, devido às crescentes dívidas de financiamento da BRI e às preocupações em matéria de segurança, a Gen Ex Richardson disse que a América Latina também poderia seguir esse caminho.
“À medida que verifico esse tema e vejo os compromissos que os diferentes países assumem, sinto um tipo de remorso do comprador em algum momento, porque os trabalhadores da nação anfitriã não são utilizados nessa Iniciativa Cinturão e Rota”, ela disse. “Os trabalhadores chineses chegam e isso, em minha opinião, ajuda a disseminar a PRC [República Popular da China], suas bases militares e as empresas estatais que a China possui e utiliza em toda a América Latina.”
A Gen Ex Richardson prosseguiu, dizendo que uma forma pela qual os Estados Unidos podem combater a atração da BRI na região é compartilhando informações, tecnologias e relacionamentos.