O presidente da Colômbia, Iván Duque, ativou no Forte Militar de Tolemaida, estado de Tolima, o Comando contra o Narcotráfico e as Ameaças Transnacionais (CONAT), uma força de elite formada por 7.000 homens e mulheres do Exército Nacional, para fortalecer a ação ofensiva contra esses flagelos, informou à imprensa a presidência da Colômbia, no dia 26 de fevereiro de 2021.
“Precisamos enfrentar o narcotráfico […], rompendo a cadeia de abastecimento e fornecimento de precursores químicos, desmantelando laboratórios, fazendo interdições precisas contra o tráfico, destruindo as estruturas de lavagem de dinheiro, perseguindo os chefes dos cartéis e fazendo uma extinção de domínio expressa”, disse Duque na cerimônia de apresentação do CONAT.
O novo comando será formado por unidades de elite especializadas, entre as quais se destacam três brigadas contra o narcotráfico, a Força de Destacamento contra Ameaças Transnacionais e a Brigada contra a Exploração Ilícita de Jazidas de Mineração, explicou no Twitter o General de Exército Eduardo Enrique Zapateiro, comandante do Exército. “Essa unidade estratégica será o ponto de quebra contra o narcotráfico, câncer que todos os colombianos temos a obrigação moral de erradicar”, disse ele.
O comando do CONAT foi assumido pelo General de Exército Juan Carlos Correa, “que tem a bagagem, a solvência e o conhecimento para atingir os objetivos traçados”, acrescentou Duque.
O Comando Geral das Forças Militares informou em um comunicado, no dia 26 de fevereiro, que o CONAT concentrará suas capacidades especiais em três objetivos principais: lutar contra as estruturas do narcotráfico, coordenar as ações de erradicação de cultivos ilícitos e combater a exploração ilegal de minerais. A instituição também enfrentará os crimes transnacionais, atacará o tráfico de pessoas, espécies e armas, bem como qualquer forma transnacional de terrorismo.
O Estado colombiano informou que estão na mira os líderes das estruturas do Exército de Libertação Nacional (ELN), as dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o Clã do Golfo, a maior quadrilha de narcotráfico do país.
O CONAT planeja para 2021 a captura de 14 criminosos especificamente, entre eles Dairo Antonio Úsuga, conhecido como Otoniel, líder máximo do ELN; Nicolás Rodríguez Bautista, conhecido como Gabino, chefe do Clã do Golfo; e Luciano Marín Arango, conhecido como Iván Márquez, ex-comandante dissidente das FARC, garantiu a presidência do país.
Uma investigação da revista colombiana Semana revelou, no dia 7 de fevereiro, que Iván Márquez vive em um condomínio na Venezuela, supostamente protegido pela ditadura de Nicolás Maduro, de onde opera rotas do narcotráfico e planeja atos terroristas contra a Colômbia. “Onde quer que estejam os criminosos, eles têm que chegar à justiça, sempre em aliança com organismos de inteligência internacional”, disse Duque à Rádio Nacional.
Dissidentes das FARC, membros do ELN e quadrilhas narcotraficantes paramilitares disputam atualmente as rotas da Colômbia para exportar cocaína e os rendimentos da mineração ilegal e da extorsão, informou no dia 8 de fevereiro a agência de notícias France 24. A Colômbia é considerada a primeira nação produtora mundial de cocaína, acrescentou.
O Gabinete das Nações Unidas para Drogas e Crimes (UNODC, em inglês) disse em seu relatório de 2020 que a Colômbia possui 154.000 hectares de coca. A maioria dos plantios continua concentrada nos estados de Nariño e Norte de Santander, com 50 por cento de toda a coca do país, informou o UNODC.
Em 2020, a Colômbia confiscou mais de 500 toneladas de drogas, erradicou manualmente cerca de 130.000 hectares de cultivos ilícitos e destruiu aproximadamente 830 laboratórios, revelou o governo colombiano no dia 26 de fevereiro. Até o final de fevereiro de 2021, as forças de segurança apreenderam 54 toneladas de cocaína, uma cifra considerada recorde, informou o jornal colombiano El Tiempo, no dia 24 de fevereiro.