A Agência de Implementação para o Crime e a Segurança (IMPACS) da Comunidade do Caribe (CARICOM), em parceria com as agências de aplicação da lei dos EUA, lançou a Unidade de Inteligência contra o Crime com Armas (CCGIU), da CARICOM, em Porto da Espanha, Trindade e Tobago, no final de 2022.
“Iniciaremos o trabalho da unidade com oito agentes, dos quais cinco serão dos países membros da CARICOM e os três restantes serão dos EUA”, disse à Diálogo, em 16 de dezembro, o Tenente-Coronel Michael Jones, da Força de Defesa de Barbados, diretor executivo da CARICOM IMPACS. “Os antecedentes de todos os membros da CCGIU serão verificados por CARICOM IMPACS e nossos parceiros dos EUA.”
Este agrupamento ajudará as autoridades regionais em investigações criminais relacionadas a armas de fogo, utilizando ferramentas e tecnologia de ponta em inteligência, colaborando também com órgãos de aplicação da lei regionais e internacionais, incluindo o Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF); o Departamento de Segurança Nacional (HSI); o Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP); e o Escritório de Indústria e Segurança (BIS), todos dos EUA.
A CCGIU estará localizada na sede da CARICOM IMPACS em Porto da Espanha e trabalhará com o Centro Regional de Fusão de Inteligência e o Centro Conjunto Regional de Comunicações da IMPACS, para fornecer análises de inteligência.
“Estes agentes serão apoiados pelo escritório de Barbados e por outros agentes dos EUA, ressaltou o Ten Cel Jones. “Vamos coordenar com os Estados membros do bloco caribenho para que a nova unidade receba toda a assistência possível para trabalhar nos territórios.”
Em outubro, o Conselho para a Segurança Nacional e Aplicação da Lei (CONSLE), em sua 24ª Reunião na Jamaica, havia endossado o estabelecimento da CCGIU como uma ferramenta fundamental para auxiliar a CARICOM na investigação e no processo penal de crimes relacionados com armas de fogo.
“O problema das armas de fogo é um dos quatro identificados por nosso CONSLE como prioridades a serem abordadas, sendo os outros a segurança cibernética, a segurança fronteiriça e marítima e o tráfico de pessoas”, disse o Ten Cel Jones. “A razão pela qual as armas de fogo são apresentadas como uma questão prioritária é que quando você olha para a taxa de homicídios em alguns de nossos Estados membros, elas são algumas das mais altas do mundo, inclusive mais altas do que as de alguns países com conflitos armados.”
A situação já havia sido advertida pela CARICOM e catapultou a decisão de criar a CCGIU. “Trindade e Tobago e o grande Caribe estão passando não apenas por um surto, mas um tsunami de crime e violência”, advertiu Fitzgerald Hinds, ministro da Segurança Nacional de Trindade e Tobago, no lançamento da CCGIU, de acordo com o website regional Loop Caribbean.
“Todos os dias morrem em média 13 jovens entre 16 e 30 anos de idade na região da CARICOM”, disse o Ten Cel Jones. “É um problema que afeta o investimento estrangeiro direto, a segurança dos cidadãos e muitas outras questões.”
O diretor executivo da CARICOM IMPACS detalhou que eles já têm a lista final de indicados para integrar a unidade e que se espera obter a aprovação dos mesmos em janeiro de 2023, com o apoio das agências dos EUA.
“O que mais nos interessa é pegar as máfias, chegar às redes, identificar quem está comprando as armas e quem as está movendo. Não estamos interessados apenas em recuperar as armas, porque, se isso é tudo o que podemos fazer, significa que estamos chegando tarde”, disse o Ten Cel Jones. “Queremos chegar à raiz do problema e tirar as máfias do jogo antes que elas alcancem seu objetivo. Temos os Estados Unidos e outros aliados à mesa, e por isso esta é uma grande oportunidade para enfrentar o desafio e gerar um impacto positivo em benefício de nossa economia regional e da segurança da região.”