A campanha naval internacional contra o narcotráfico Orión V, realizada nas águas do Pacífico, Atlântico, Caribe e nos rios da Colômbia, possibilitou o confisco de 50,3 toneladas métricas de cocaína e 7,3 toneladas métricas de maconha, anunciou o presidente da Colômbia Iván Duque, no dia 29 de maio.
Duque, acompanhado da cúpula militar da Colômbia e de representantes dos países participantes, entregou o balanço dos resultados em uma entrevista coletiva virtual, onde considerou o trabalho conjunto “inspirador”. A campanha, que contou com a participação de 26 países da América e da Europa, foi realizada entre os dias 1º de abril e 15 de maio.
“Durante o desenvolvimento da fase, quando vemos que as quantidades de toneladas apreendidas continuam crescendo e superam as dezenas, podemos reafirmar a todos que o compromisso do multilateralismo na luta contra o narcotráfico é fundamental, inspirador e norteia as políticas públicas”, disse Duque. “Cada uma das nações envolvidas contribuiu com sua inteligência, contribuiu com sua capacidade operacional, contribuiu com sua capacidade de judicialização e com um levantamento rigoroso e em tempo hábil de informação, para mostrar ao mundo que estamos unidos na defesa da segurança e da justiça para nossos povos.”
O ministro da Defesa da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, disse que a cocaína apreendida representou um golpe contra as finanças do crime organizado de cerca de US$ 1,7 bilhão. No caso da maconha, o total confiscado teria um valor estimado de cerca de US$ 36 milhões no mercado internacional, acrescentou o ministro.
Além das drogas confiscadas, as autoridades (48 instituições e agências internacionais) capturaram 150 pessoas de diferentes nacionalidades, descobriram 72 laboratórios de cocaína e imobilizaram 38 embarcações, dois semissubmersíveis e quatro aeronaves que foram interceptadas em terra. Membros das nações envolvidas elogiaram a liderança das forças colombianas e a eficiência operacional da campanha realizada em meio à crise da COVID-19.
“A Colômbia é um amigo e um aliado de confiança, cujas contribuições incomensuráveis para a segurança e a paz no país, no nosso hemisfério e em todo o mundo ganharam o respeito das nações de todo o planeta. Que melhor exemplo do trabalho incansável da Colômbia do que a operação Orión, com mais de duas dezenas de nações para derrotar um inimigo, os narcotraficantes, que impiedosamente se aproveitam do sofrimento humano e da morte para obter lucros”, disse o Almirante de Esquadra da Marinha dos EUA Craig S. Faller, comandante do Comando Sul dos EUA. “As conquistas da Colômbia diante dessa ameaça são notáveis e representam algumas das muitas razões que fazem com que as nações busquem sua assessoria em termos de segurança e defesa.”
“Essa colaboração extremamente efetiva entre as agências internacionais durante a operação serve como modelo para futuros esforços multinacionais no combate à ameaça comum das organizações criminosas transnacionais”, disse o Contra-Almirante da Guarda Costeira dos EUA Pat DeQuattro, diretor da Força-Tarefa Conjunta Interagencial Sul (JIATF-Sul).
A Marinha Nacional da Colômbia lidera a campanha Orión desde 2018. Em sua quinta edição, a campanha contou com a participação de 41 navios de guerra marítimos e fluviais, 62 botes interceptores de guarda-costas, 39 botes de combate fluvial, sete aviões de patrulhamento marítimo, nove helicópteros e quatro sistemas aéreos não tripulados.
Argentina, Belize, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Espanha, Estados Unidos, França, Guatemala, Guiana, Holanda, Honduras, Ilhas Cayman, Itália, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Portugal, República Dominicana, Suriname, Trinidad e Tobago e Uruguai participaram da campanha naval.