Membros do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil chegaram aos quartéis-generais das Forças do Corpo de Fuzileiros Navais, Sul, dos EUA (MARFORSOUTH) e das Forças do Corpo de Fuzileiros Navais da Reserva (MARFORRES), para participar do Comitê Operacional de Infantaria Naval (ONIC) anual, com seus homólogos do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, de 29 de novembro a 2 de dezembro de 2022.
O ONIC é um fórum chave para líderes e planejadores dos dois corpos de fuzileiros navais discutirem e reafirmarem os objetivos de segurança mútuos e planejarem futuros compromissos de cooperação de segurança. Com base nos eventos do ano anterior, os planejadores procuram solidificar os cronogramas de treinamento bilateral para os próximos dois anos e estabelecer um caminho para os compromissos ao longo dos próximos cinco anos.
“A pandemia pode ter nos atrasado, mas não nos deteve. Agora é hora de realmente avançar”, disse o Contra-Almirante (R) Nélio de Almeida, do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, referindo-se às mudanças nas conferências e exercícios, devido à pandemia.
Esta é a primeira vez que uma delegação do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil visita a sede de Nova Orleans desde a transição da MARFORSOUTH de Doral, Flórida, no ano passado. A recolocação ocorreu depois que o Vice-Almirante David G. Bellon, do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, foi nomeado comandante de ambas MARFORSOUTH e MARFORRES.
O ONIC concentrou-se em como os dois corpos de fuzileiros navais podem trabalhar juntos para aumentar a interoperabilidade, fortalecer a parceria e, ao mesmo tempo, alcançar a prontidão das forças. Durante os eventos programados, os planejadores também tiveram discussões aprofundadas sobre a iniciativa Force Design 2030 do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, as iniciativas terrestres e marítimas do Brasil, bem como os conceitos navais emergentes que irão impactar diretamente ambas as forças.
“Uma das coisas que nossa liderança sênior desafiou nosso pessoal a fazer foi discutir novas ideias, novos conceitos, especialmente falando sobre a forma como os fuzileiros navais podem influenciar no mar e nas operações marítimas”, disse o Capitão de Fragata (FN) Ricardo Bragança, oficial assistente de operações da Força de Marinha do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil. “Acho que temos muitas coisas a discutir e intercambiar sobre nossa maneira de operar na área da Amazônia e no mar.”
O V Alte Bellon dirigiu-se à delegação brasileira, enfatizando as relações e a importância das parcerias, afirmando: “Vocês são uma força altamente profissional. Precisamos de sua ajuda, para voltar a navegar, para voltar à água e às embarcações pequenas. Não fazemos isso há quase 30 anos e vocês são especialistas nisso.”
A localização única do Brasil e sua vasta costa favorecem sua estratégia “Amazônia Azul”, que é uma abordagem em níveis das responsabilidades marítimas do Brasil, incluindo os aspectos militares, econômicos e ambientais. Este conceito foi um dos pontos centrais das discussões durante o ONIC e tem particular importância para a Marinha e o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, que servem como força marítima do país para assegurar a integridade das águas do Brasil, bem como a proteção à soberania geral do Oceano Atlântico Sul.
“O Brasil tem sido um líder na região e inclusive mais distante, por muitos anos, não apenas do ponto de vista militar, mas também diplomático, econômico e como líder em missões da ONU”, declarou Yetta Ziolkowski, conselheira de Política Externa da MARFORSOUTH. “Os esforços do Brasil na África têm ajudado no aumento da segurança no Atlântico Sul e têm apoiado significativamente a segurança, a proteção e a prosperidade de seus parceiros africanos.”
Devido ao papel que o Brasil desempenha no e através do Atlântico, representantes das Forças de Fuzileiros Navais dos EUA na África estiveram presentes no ONIC para discutir segurança e parcerias naquela região e para buscar oportunidades para apoiar os esforços uns dos outros.
Aproveitando sua experiência não apenas em operações marítimas, um ponto adicional de discussão durante todo o evento foram as futuras oportunidades de intercâmbio. Em 2021, o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA iniciou um plano duradouro para enviar forças para treinar ao lado de seus homólogos brasileiros, em um dos ambientes de selva mais complexos do mundo, a Amazônia. Com foco no intercâmbio de melhores práticas e no aprimoramento das habilidades na selva, os fuzileiros navais dos EUA estão alternando a oportunidade com planos de trazer anualmente os fuzileiros navais brasileiros aos Estados Unidos para um importante exercício combinado de armas com fogo real; o ONIC proporcionou o lugar perfeito para avançar com esses planos de intercâmbio.
“O ONIC e essas conversas são importantes para os fuzileiros navais brasileiros”, declarou o CF Bragança. “Esperamos que no futuro possamos não só continuar com isto, mas também melhorar de vez em quando. É uma ótima maneira de falar e melhorar as relações entre as forças.”
“Ao final disto, saímos como uma equipe muito melhor”, disse o V Alte Bellon. Ele continuou dizendo que, independentemente das mudanças, o que perdurará é o respeito profissional e mútuo baseado na admiração comum de nossos valores e padrões.