Quando o navio-hospital da Marinha dos EUA USNS Comfort partiu do Porto de Miami, em 23 de outubro, sua última escala antes de zarpar em direção à América Latina e ao Caribe, como parte da missão Promessa Contínua, levava esperança a milhares de pessoas que, de outra forma, não teriam acesso a atendimento médico e odontológico, entre outros benefícios. A bordo, há aproximadamente 50 fuzileiros navais americanos de infantaria, assuntos civis e estratégia de comunicação e operações de especialidades ocupacionais dando apoio logístico a essa missão humanitária patrocinada pelo Comando Sul dos EUA. Diálogo conversou com o Vice-Almirante Fuzileiro Naval David G. Bellon, comandante do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, Sul e do Corpo de Reservistas dos Fuzileiros Navais dos EUA, sobre essa missão diferente para os Marines, durante sua visita a Cartagena, Colômbia.
Diálogo: Como os Fuzileiros Navais dos EUA, mais conhecidos por engajamentos com a Marinha americana a bordo de navios anfíbios, foram integrados à missão do Comfort?
Vice-Almirante Fuzileiro Naval David G. Bellon, Comandante do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, Sul e do Corpo de Reservistas dos Fuzileiros Navais dos EUA: Os Fuzileiros Navais americanos têm um longo legado trabalhando com e ao lado de nossos irmãos e irmãs da Marinha e estão apoiando a missão Comfort deste ano de diversas maneiras. Primeiro, voltando às nossas raízes como infantaria naval, os Fuzileiros Navais estão apoiando a missão médica com um destacamento de forças de segurança para proporcionar proteção ao navio e a todas as forças embarcadas. Apesar de o Comfort não ser um navio anfíbio tradicional, que projeta os fuzileiros em terra, a proteção da força continua sendo um componente crítico para a realização da missão e permite que a força-tarefa conjunta execute a missão de forma eficaz. Além disso, os Fuzileiros Navais têm um destacamento de assuntos civis que está apoiando o navio, as embaixadas e as nações anfitriãs com operações e engajamentos cívico-militares. Estes fuzileiros são treinados para se relacionar com organizações internacionais, da nação anfitriã e não-governamentais, e com a população civil. Eles também podem avaliar as capacidades e necessidades das nações anfitriãs, aconselhar sobre aspectos culturais e permitir o planejamento de operações cívico-militares. Finalmente, há fuzileiros ligados à equipe conjunta de assuntos públicos do Comfort para ajudar a documentar a missão e contar a história do incrível trabalho que está sendo feito pelas equipes da Marinha, do Departamento de Estado, de organizações não-governamentais e nossas nações parceiras.
Diálogo: Como a contribuição dos fuzileiros se soma ao que a tripulação e o navio têm a oferecer a países que receberão auxílio, como a Colômbia?
V Alte (FN) Bellon: Antes de tudo, o navio conta com uma equipe de segurança dedicada a proteger a embarcação e o pessoal a bordo. A proteção da força é um aspecto chave das operações militares e facilita o uso de um auxiliar médico e salva-vidas, que é o foco desta missão. Os Fuzileiros Navais que apóiam esse esforço, dintanciando-se de suas famílias e amigos, fazem-no sem hesitação, para garantir que estamos apoiando nossos parceiros e vizinhos no hemisfério ocidental. Suas contribuições fazem parte de toda uma equipe governamental. Nenhum de nós pode fazer isso sozinho, mas juntos somos extremamente eficazes em fazer desta missão um sucesso.
Diálogo: Como esta missão se compara com as missões de assistência humanitária e de socorro em catástrofes passadas na região, tais como JTF-Haiti em 2021, JTC-Matthew, SPMAGTF [Força-Tarefa Marítima Aeroterrestre para Fins Especiais do Comando Sul dos EUA] etc.?
V Alte (FN) Bellon: Esta missão é semelhante às anteriores missões de assistência humanitária dos Fuzileiros Navais e de alívio de desastres na região em termos de capacidade, porém, com a missão Promessa Contínua 2022 tivemos o luxo de ter tempo para planejar e coordenar com nossos países parceiros e o pessoal das embaixadas. Como uma força expedicionária em prontidão, os Fuzileiros Navais estão acostumados a se destacar em curto prazo em apoio a missões de resposta a crises ou contingências. Estamos sempre prontos e nos sentimos honrados em apoiar nossos amigos e parceiros onde quer que possamos. Quando o Corpo de Fuzileiros Navais respondeu em apoio ao JTF-Haiti em 2021, também fornecemos unidades de força de segurança a bordo do USS Arlington, bem como pessoal do COMMSTRAT [Estratégia de comunicação e operações], tanto em terra como em mar. Além disso, para essa missão, fornecemos aeronaves MV-22B Osprey para ajudar a entregar um auxílio essencial ao povo do Haiti. A missão Promessa Contínua é única no fato de que temos tempo e espaço para planejar a missão, mas com o mesmo objetivo de ajudar e dar apoio a nossos parceiros e amigos.
Diálogo: Quais são os fatores determinantes para o sucesso desta missão em termos de participação dos Fuzileiros Navais?
V Alte (FN) Bellon: Colocar os fuzileiros no navio para apoiar a missão e experimentar as parcerias que temos em toda a região e o bem que oferecemos como nação é, em si mesmo, um critério para o sucesso da missão. Em última análise, esta não é apenas uma missão do Corpo de Fuzileiros Navais, portanto, para nós, alcançamos o sucesso da missão quando toda a equipe consegue fornecer o apoio, atendimento médico, intercâmbio de treinamento e construção de relacionamento com as nações parceiras. O Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA continua empenhado em possibilitar esse apoio, fornecendo segurança para o navio, facilitando o engajamento e apoio cívico-militar e contando a história do incrível trabalho que está sendo realizado pelos médicos, técnicos, marinheiros, ONGs, embaixadas e equipes da nação anfitriã.