O Peru, através de sua Força de Submarinos, tornou-se um aliado estratégico dos EUA, especialmente nos Exercícios de Submarinos Diesel (SUBDIEX), que fazem parte da Iniciativa de Submarinos Elétricos Diesel, uma parceria da Marinha dos EUA com países da América do Sul, que apoia suas operações e sua frota de submarinos diesel-elétricos, com eventos de prontidão ao largo das costas leste e oeste dos EUA.
“Este programa oferece benefícios bilaterais para ambas as marinhas”, disse à Diálogo, em 12 de novembro, o Capitão de Fragata Roberto González Cuadros, da Marinha de Guerra do Peru (MGP), comandante do submarino diesel-elétrico BAP Pisagua. “No exercício SUBDIEX 2022, o BAP Pisagua foi destacado para certificar os diversos grupos de tarefas e unidades da Marinha dos EUA, na guerra contra submarinos deste tipo, assim como para realizar diversos procedimentos de busca e resgate submarinos.”
“O BAP Pisagua completou com sucesso sua participação no Destacamento Operacional SUBDIEX 2022, em 4 de novembro”, informou a MGP em seu website. De fato, a modernização dos submarinos peruanos, especialmente do BAP Pisagua, permitiu que o Peru participasse de 18 das 20 edições do SUBDIEX, tornando-o o país com maior participação nesses exercícios, e evidenciando que é uma das forças de submarinos mais poderosas da região sul-americana, acrescentou a MGP.
Nesta última edição, foram realizados exercícios de nível básico, intermediário e avançado, nas áreas de guerra submarina e antissubmarina, patrulha marítima e reconhecimento aéreo, com unidades de asa fixa e rotativa, detecção e rastreamento de submarino com submarino, bem como exercícios de busca e resgate submarino, que permitiram elevar o nível de treinamento e prontidão das unidades participantes.
O BAP Pisagua foi capaz de interagir com sistemas e equipamentos de última geração, tais como sonar de casco e profundidade variável, sonoboias e radares de abertura sintética, entre outros.
A Marinha dos EUA participou com esquadrões aeronavais, unidades de superfície, como o porta-aviões USS Nimitz (CVN-68); destroieres da classe Arleigh Burke; cruzadores da classe Ticonderoga; submarinos nucleares da classe Los Angeles do Esquadrão de Submarinos 11; e unidades do Comando de Resgate Submarino.
Interesse e apoio dos EUA
Este tipo de exercícios combinados com submarinos diesel-elétricos é altamente valorizado pela Marinha dos EUA, pois eles podem praticar doutrinas e táticas básicas de operações e de guerra antissubmarina. A realização de exercícios que abordam a ameaça dos submarinos convencionais de propulsão diesel-elétrica é uma grande oportunidade para manter o alto nível de prontidão exigido pela atividade militar.
“Estes exercícios permitem a troca de experiências e informações, o desenvolvimento de novas táticas e doutrinas, assim como procedimentos operacionais, que são obtidos não apenas durante os períodos no mar, mas também no porto”, disse o CF González Cuadros. “Tudo isso contribui muito para incrementar os níveis de treinamento e habilidade das tripulações participantes, para o cumprimento dos papéis e tarefas que ambas as marinhas foram encarregadas em suas respectivas áreas de ação.”
Ao receber o BAP Pisagua no SUBDIEX 2022, o Capitão de Mar e Guerra Kenneth Douglas, da Marinha dos EUA, comandante do Esquadrão de Submarinos 11, disse que “o treinamento com submarinos a diesel de alta qualidade, como o BAP Pisagua, nos dá a oportunidade de manter nossa vantagem competitiva necessária no domínio submarino. Estes compromissos ajudam a fortalecer os laços entre nossas nações”.
RIMPAC 2024
Está sendo avaliada a eventual participação a partir de 2024 de um submarino 209, como o BAP Pisagua, no exercício Orla do Pacífico (RIMPAC), patrocinado pela Marinha dos EUA, o maior exercício naval do mundo. Em 2022, o Peru participou pela décima terceira vez das 28 edições do RIMPAC com o BAP Guise, uma corveta adquirida pela MGP em janeiro.
“É uma tarefa permanente manter um nível ótimo de prontidão, o que implica em realizar atividades de preparação progressivas e constantes que abrangem tanto o aspecto de treinamento e preparação da tripulação, a execução de processos logísticos e administrativos, bem como a manutenção e o monitoramento dos diversos programas de reparo dos equipamentos de bordo”, concluiu o CF González Cuadros.