A América Central é vulnerável a terremotos, furacões, tempestades tropicais e erupções vulcânicas, fazendo com que os danos aos locais históricos sejam de alto risco. Como parceiros dessa região, engenheiros do Comando Sul dos EUA integraram especialistas ambientais em um evento liderado pela Força-Tarefa Conjunta Bravo (JTF-Bravo, em inglês), de 7 a 11 de março, apoiando a 120ª Brigada de Infantaria do Exército de Honduras e o Instituto de Antropologia e História na segunda avaliação do patrimônio cultural em Honduras, para trocar informações sobre as melhores práticas para mitigar danos, quando se trata de operar em uma região tão rica culturalmente.
“Em agosto do ano passado [2021], realizamos com sucesso a primeira dessas avaliações com o 115º [Batalhão de Infantaria] em Olancho e os soldados sugeriram que fizéssemos a seguinte em Copán, já que reconhecem este como um local de importância, com o que todos podemos concordar”, disse o Tenente-Coronel Achim Biller, do Exército dos EUA, diretor do J9 da JTF-Bravo.

As Ruinas de Copán foram reconhecidas como um patrimônio mundial pela UNESCO e é um dos lugares mais importantes da civilização Maia, com muitos quilômetros de montes que ainda não foram descobertos.
Após a devastação deixada pelos furacões Eta e Iota, o Instituto de Antropologia de Honduras reconheceu a necessidade de avaliar os danos em locais do patrimônio cultural, incluindo as Ruinas de Copán.
A JTF-Bravo forneceu engenheiros, planejadores, um socorrista de emergência de incêndio e pessoal de assuntos civis e contou com a presença do Tenente-Coronel Michael Delacruz e do Capitão William Welsh, oficiais de Monumentos do Exército do Comando de Assuntos Civis e Operações Psicológicas do Exército dos EUA (USACAPOC, em inglês); da Dra. Laurie Rush, gerente de Recursos Culturais de Fort Drum; de Samuel Franco, representante do Blue Shield na Guatemala; e de especialistas em assuntos hondurenhos que se uniram para formar uma parceria com a 120ª.
“Achamos que é importante compartilhar nossa experiência com nossos parceiros hondurenhos. A 120ª Brigada já faz um trabalho fantástico na proteção desses locais, mas qualquer coisa que possamos fazer para ajudá-los é um valor agregado para nós e para eles”, disse o Tenente Riley Kissinger, engenheiro da JTF-Bravo e oficial encarregado da missão.
“O que estamos fazendo nas ruínas de Copán em Honduras é uma avaliação sobre a proteção do patrimônio cultural e estamos trocando idéias e conhecimentos na esperança de estabelecer relações mais fortes entre nossos governos e os respectivos militares”, disse o Ten Cel Delacruz. “A proteção do patrimônio cultural não só é importante para manter nossa identidade em relação ao lugar onde crescemos e ao que chamamos de lar, mas também esses recursos são valiosos para um público mundial; por isso, é importante que cooperemos com sua proteção, pois muitas vezes eles podem ser abusados.”
Uma sobreposição entre segurança e herança cultural é a base da Convenção de Haia de 1954 e é aí que organizações como a Blue Shield entram em jogo. Embora Honduras não seja uma zona de combate, igrejas e marcos históricos foram saqueados e vandalizados, museus sofreram incêndios e construções arqueológicas e coloniais espanholas podem ser encontradas em quase todos os lugares.

A região também é suscetível a cartéis de drogas e operações de tráfico humano que podem resultar em ondas migratórias para a fronteira guatemalteca, as quais são situações que podem levar a danos ou saques nesses locais.
Através desse intercâmbio, as forças da nação parceira foram instruídas por especialistas em metodologias básicas, ferramentas e estratégias, sobre como observar, identificar, classificar e documentar itens ou artefatos de potencial valor cultural, através de apresentações em sala de aula e posteriormente no campo.
A avaliação também forneceu resultados tangíveis com a assistência do Dr. Hayden Bassett e do Laboratório de Monitoramento do Museu de História Natural da Virgínia. O intercâmbio incluiu o fornecimento de dados e coordenadas pelos soldados da 120ª, através de rádio por satélite e tecnologia geoespacial que Bassett coletaria para criar um mapa. Esse mapa ajudará a prever onde os lugares poderiam ser impactados dentro dos limites de cinco anos, quais foram os danos mais reconhecíveis e onde eles estavam localizados para preparar e avaliar estratégias potenciais de mitigação.
“Esse é um novo conhecimento que eu realmente sinto que estou levando comigo”. É valioso para mim e para meus soldados que supervisionam esta área”. Esse intercâmbio é importante e, como experiência pessoal, tem sido ótimo trabalhar com os oficiais e o pessoal alistado dos EUA”, disse o Tenente Kevin Calix, do Exército de Honduras, oficial encarregado dos participantes da 120ª.