A Rússia reafirmou seu apoio a Nicolás Maduro no dia 30 de março [de 2021] com a assinatura de uma dúzia de acordos de cooperação em questões alimentares, financeiras, energéticas, militares, científicas, tecnológicas e de mineração. O país também renovou seu compromisso de apoiar a Venezuela no campo da saúde, o que significa aumentar o fornecimento de vacinas para combater o novo coronavírus.
A Rússia, junto com a China, é uma aliada incondicional do governo venezuelano em meio à crise econômica que aflige o país e às sanções impostas pelos Estados Unidos, que tentam impedir que o governo de Maduro realize transações financeiras e comerciais no exterior, que tenha acesso a ativos internacionais da Venezuela e realize operações com petróleo, ouro e outros.
Os acordos foram assinados pelo vice-primeiro ministro russo Yuri Borisov e pelo vice-presidente setorial para a Área Econômica e ministro do Petróleo da Venezuela Tareck El Aissami.
Os acordos “demonstram a vitalidade das relações integrais” entre ambos os países, disse Maduro em um discurso no encerramento do encontro da Comissão de Alto Nível Rússia-Venezuela, realizado no palácio do governo em Caracas.
As autoridades não deram detalhes sobre a maioria dos acordos assinados, mas Maduro agradeceu “o compromisso da Rússia de incrementar o fornecimento da vacina Sputnik V”.
A Venezuela, que tem cerca de 30 milhões de habitantes, tem participado dos testes da vacina Sputnik V desde outubro.
Borisov havia anunciado anteriormente que a Rússia “garantirá” a vacinação dos venezuelanos e fará “todo o possível” para aumentar o fornecimento da vacina Sputnik V, sem fornecer outros detalhes.
A administração de Maduro assinou em dezembro um contrato com Moscou para o fornecimento das doses de vacinas, e no dia 13 de fevereiro chegou o primeiro lote com 100.000 doses. Desde então, chegaram 250.000 do total de 10 milhões de doses contratadas inicialmente. Maduro disse que seu governo investiu US$ 200 milhões nessas vacinas, e semanas atrás disse que as doses deveriam chegar ao país em abril, quando prevê que a Venezuela estará em condições de iniciar uma campanha de vacinação em massa.
A Venezuela também recebeu no dia 1º de março um lote de 500.000 doses da empresa estatal chinesa Sinopharm, que foram doadas pelo gigante asiático. Não se sabe se há um acordo de fornecimento entre Caracas e Pequim.
Na Venezuela, onde o coronavírus não chegou com tanta força como em outros países sul-americanos, foram registrados mais de 159.000 casos positivos e 1.583 mortes.