Forças da Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD), da Força-Tarefa Conjunta (FTC) e da Força Aérea do Paraguai, junto com a Polícia Federal (PF) do Brasil, realizaram uma operação conjunta que destruiu mais de 800 toneladas de maconha, anunciou a SENAD. A Operação Nova Aliança 29 foi realizada entre os dias 23 de fevereiro e 4 de março de 2022, na região de Amambay, próxima à Tríplice Fronteira com a Argentina e o Brasil, informou a estatal Agência de Informação Paraguaia.
A SENAD destacou em suas redes sociais, no dia 4 de março, que as operações permitiram a desarticulação de 83 acampamentos dos narcotraficantes e a apreensão de 9.095 quilos de maconha pronta. Quanto às plantações, “as forças de operações conseguiram erradicar 281 hectares de plantios de maconha [e] calcula-se que ao todo tenham sido retiradas de circulação pelo menos 852 toneladas de maconha”, informou o portal de notícias paraguaio Amambay News.
Um dos complexos de produção da droga tinha salas para germinação, sistema de ventilação, estufas com iluminação, sistema de irrigação por gotejamento e depósito para secagem, entre outros componentes, informou a SENAD. Grande parte da maconha estava pronta “nos acampamentos, para a fase de empacotamento”, publicou o jornal Hoy no Paraguai.
As ações foram realizadas no âmbito da responsabilidade compartilhada entre o Paraguai e o Brasil para a luta contra o narcotráfico. “A SENAD e a PF mantêm um estreito vínculo com base em um convênio de cooperação vigente”, informou a SENAD. “Desde 2014, a SENAD e a PF já realizaram 179 operações conjuntas, causando um prejuízo econômico [aos narcotraficantes] de mais de US$ 1 bilhão”, acrescentou.
A maconha é o principal produto de capitalização das quadrilhas criminosas na região, onde gangues do Brasil e da Argentina se nutrem das estruturas de produção assentadas no Paraguai, disse a SENAD no Twitter, no dia 4 de março.
De acordo com a InSight Crime, organização de investigação de jornalismo especializada em crime organizado na América Latina e no Caribe, isso se torna mais fácil porque a geografia do Paraguai é plana e rural quase em todo seu território, existindo, portanto, bastante espaço para o cultivo da cannabis, além de ter fronteiras terrestres porosas com o Brasil em direção ao leste, que abrigam as rotas de contrabando.