A Colômbia e o Panamá, com o apoio dos Estados Unidos, aumentaram seus esforços para proteger sua fronteira comum por meio da cooperação internacional. A região de Darién, historicamente assolada por atividades ilícitas, representa grandes desafios para as autoridades dos dois países. Os crimes cometidos por grupos criminosos transnacionais incluem tráfico de drogas, armas e pessoas, contrabando e lavagem de dinheiro.
Desde o início de 2023, por uma iniciativa liderada pelos EUA, foi estabelecido um mecanismo de reuniões trilaterais para planejar estratégias, programar operações, implementar capacidades e outras ferramentas, para enfrentar os crimes na área de Darién e ajudar as comunidades afetadas. Em meados de 2023, as forças panamenhas lançaram uma iniciativa para combater o crime transnacional na área, com a cooperação da Colômbia e dos EUA, com equipes de segurança e informações de inteligência.
No início de fevereiro de 2024, a General de Exército Laura J. Richardson, do Exército dos EUA, comandante do Comando Sul (SOUTHCOM), visitou o Darién com o ministro de Segurança Pública do Panamá, Juan Pino, para analisar os mais recentes esforços panamenhos para enfrentar o crime transnacional e a crise humanitária na área, além de reafirmar o apoio dos EUA aos esforços do Panamá.
Do lado colombiano, de acordo com informações do Observatório de Direitos Humanos e Defesa Nacional, as forças policiais, em coordenação com as autoridades panamenhas e com o apoio dos EUA, desferiram um golpe contra o crime transnacional, com a captura de 98 membros de diferentes organizações criminosas, entre 7 de agosto de 2022 e 12 de março de 2024. Entre os capturados estavam 35 membros do Clã do Golfo; três membros do Exército de Libertação Nacional; dois membros do grupo criminoso La Local e 12 traficantes de drogas sem filiação específica.
Além disso, dois membros do Clã do Golfo foram neutralizados durante as operações e também conseguiram apreender mais de 8 toneladas de cocaína, 12.484 quilos de folha de coca e 23 kg de maconha, na região de Darién.
Além disso, cidadãos colombianos foram detidos sob os avisos vermelhos da INTERPOL, por crimes relacionados ao tráfico de pessoas e conspiração para cometer crimes, graças à colaboração internacional. No decorrer de 2024, duas prisões foram feitas sob os avisos vermelhos da INTERPOL (um venezuelano e um colombiano), solicitados pelas autoridades da Espanha, pelos crimes de tráfico de seres humanos para fins de exploração sexual e tráfico de drogas.
“Embora tenhamos progredido na luta contra essas ameaças, continuamos a enfrentar situações de segurança altamente complexas, razão pela qual é importante continuar a entender as causas que geram insegurança, para que, por meio do trabalho interinstitucional, possamos criar soluções abrangentes para esses problemas”, afirmou o ministro da Defesa da Colômbia, Iván Velásquez, no âmbito da quarta reunião binacional realizada na sede do Ministério da Segurança da República do Panamá, em meados de janeiro.
“Eu sempre disse e ratifico que é muito difícil combater o atual fenômeno transnacional de forma unilateral, mas em conjunto e de forma combinada, como estamos fazendo, é a maneira eficiente e eficaz para combatê-lo”, disse o ministro Pino nessa reunião binacional. “A Colômbia e o Panamá são um exemplo para a região da maneira unida e bilateral que existe para combater o crime organizado, muitas vezes cruzando fronteiras, sem deixar que o inimigo saia do controle”, concluiu.