Este ano marca o 50º aniversário dos acordos de cooperação naval internacional entre a Colômbia e a Jamaica. Como parte desta celebração, unidades da Marinha da Colômbia e da Guarda Costeira da Força de Defesa da Jamaica conduziram exercícios de treinamento nas águas do Caribe colombiano, em meados de novembro.
No exercício, mais de 110 participantes militares realizaram atividades baseadas nos procedimentos e doutrina estabelecidos pela Organização do Tratado do Atlântico Norte, tais como as realizadas na operação naval multinacional UNITAS. Esses treinamentos visam fortalecer a interoperabilidade e promover o intercâmbio de experiências entre os membros da tripulação, a fim de incrementar a confiança e o nível de treinamento em tarefas de segurança, assistência e controle no mar.

“Estes militares estavam encarregados de realizar formações e dispositivos no mar, comunicações e manobras de apoio, simulando possíveis emergências em alto mar, entre outros, testando assim as capacidades da fragata de mísseis ARC Almirante Padilla e do navio da Marinha Jamaicana HMJS Alexander Bustamante”, disse à Diálogo o Capitão de Mar e Guerra Octavio Alberto Gutiérrez Herrera, da Marinha da Colômbia, comandante do Comando Específico de San Andrés e Providencia. “Da mesma forma, essas manobras foram comandadas e controladas a partir dos centros de operações localizados em San Andrés e Kingston [Jamaica].”
Os diversos intercâmbios entre a Marinha da Colômbia e as marinhas de outros países favorecem a construção coletiva de respostas oportunas e apropriadas frente aos grandes desafios globais em matéria de segurança e defesa. Alguns dos benefícios práticos deste tipo de exercício têm sido aplicados em operações de transporte humanitário, como a transferência de pescadores jamaicanos que foram surpreendidos em águas colombianas, enquanto realizavam atividades ilícitas de pesca, a bordo de embarcações industriais.
“Nesses casos, [uma vez] apreendida a pesca ilegal, o pessoal foi transportado para as costas colombianas e, após efetuar os controles e sanções correspondentes por Migração Colômbia, foram transportados para pontos de encontro, ou rendez-vous, onde foram entregues precisamente a unidades navais da Jamaica, em coordenação com os ministérios das relações exteriores de ambos os países”, explicou o CMG Gutiérrez. “Portanto, a Jamaica representa um aliado estratégico para o país, a fim de continuar gerando ações que permitam incrementar o controle dos espaços marítimos e das atividades pesqueiras na região; devido a isso, a intenção, com base nas políticas do Governo Nacional, será manter ao longo do tempo este tipo de exercícios navais para manter o mais alto nível de treinamento, a fim de ser um elemento dissuasivo contra os crimes transnacionais que ocorrem no Caribe norte.”
O objetivo estratégico deste tipo de exercícios combinados com outras nações é contribuir para garantir a livre navegação e utilização das vias marítimas de comunicação para navios de todas as bandeiras em águas internacionais. Dissuadir e mitigar os diferentes flagelos e ameaças à segurança de ambas as nações, crimes de narcotráfico, pesca predatória ilegal; proteger espécies e ecossistemas; assegurar a soberania das fronteiras marítimas; e fazer cumprir tratados internacionais, estão entre outros propósitos.
“Basicamente, esses diferentes intercâmbios entre a Marinha da Colômbia e as marinhas de outros países contribuem para a construção coletiva de respostas oportunas e adequadas aos grandes desafios globais em segurança e defesa mencionados acima; para isso, buscaremos sempre fortalecer os procedimentos estabelecidos para o desenvolvimento das diferentes missões constitucionais de ambos os países”, concluiu o CMG Gutiérrez.