Diálogo visitou as instalações da Marinha Paraguaia, em Assunção, para conversar com seu comandante, o Almirante de Esquadra Carlos Dionisio Velázquez Moreno, sobre os desafios e conquistas da instituição encarregada de salvaguardar e defender os recursos hídricos do país.
Diálogo: Quais são os principais desafios da Marinha Paraguaia?
Almirante de Esquadra Carlos Dionisio Velázquez Moreno, comandante da Marinha Paraguaia: Temos vários desafios, entre os quais se destaca o combate frontal ao narcotráfico e ao crime organizado, em ações de apoio à Secretaria Nacional Antidrogas e à luta contra o contrabando e a entrada ilegal de mercadorias ao longo dos limites fluviais do país, em cooperação com a Unidade Interinstitucional para a Prevenção, Combate e Repressão do Contrabando e o Ministério Público.
Da mesma forma, avançamos na consolidação do plano de modernização que permita fortalecer nossa capacidade para o controle e a segurança dos limites fluviais, especialmente na Hidrovia Paraguai-Paraná; apoiamos o Comando de Defesa Interna com a 3ª Subárea de Pacificação contra os grupos criminosos no norte do país; e colaboramos no combate à expansão dos focos de incêndios, em apoio aos bombeiros voluntários, e na continuidade da defesa do meio-ambiente.
A pandemia da COVID-19 representou um desafio e nos levou a reinventar nossas funções e integrar ações humanitárias em apoio às entidades estatais, para o qual trabalhamos em ações de controle de circulação das ruas para respaldar a Polícia Nacional; de traslado de pessoas para assistência médica em zonas afastadas; de apoio para a elaboração e a distribuição de alimentos para as regiões mais necessitadas; de produção de máscaras e aventais cirúrgicos; e de prevenção e distribuição de lotes de vacinas nos centros habilitados para a aplicação das doses contra a COVID-19 no território nacional.
Diálogo: Quais são os novos projetos da Marinha Paraguaia?
Alte Esq Velázquez: Continuamos com o plano de fortalecimento da Marinha Paraguaia 2018-2023, no âmbito do plano de modernização e transformação das Forças Armadas do país, através da adequação, fortalecimento e modernização das unidades Cañonero C-1 Paraguay, Patrullero P-01 Capitán Cabral, e Patrullero P-05 Itaipú, e com as obras de construção da futura Escola de Suboficiais da Marinha.
Diálogo: Quais são os acordos realizados pela Marinha Paraguaia com as instituições da Argentina e do Brasil para controlar os flagelos do narcotráfico e as ações criminosas?
Alte Esq Velázquez: Com a Argentina, assinamos desde 1997 um acordo de cooperação mútua em assuntos vinculados às tarefas de segurança e policiais em zonas limítrofes, que inclui um sistema de comunicações para contar com informações oportunas e combater o contrabando de animais e bens; o roubo ou furto de veículos automotivos e embarcações; e a contaminação de águas e segurança da navegação, entre outros flagelos.
Com o Brasil, realizamos reuniões bilaterais de Estado-Maior, a fim de coordenar exercícios e o apoio em capacitações, através de cursos para o pessoal, e há um memorando de entendimento para o intercâmbio de oficiais de ligação.
Diálogo: Que tipo de trabalho conjunto a Marinha Paraguaia realiza com a Marinha dos EUA?
Alte Esq Velázquez: A Marinha Paraguaia, através do Gabinete de Cooperação de Defesa da Embaixada dos EUA, coordena com a Marinha dos EUA para o planejamento de capacidades e capacitação de pessoal. São realizados cursos no âmbito do USCAP (Plano de Ação Conjunta de Segurança Regional), que fornece treinamento aos países parceiros, para fortalecer a luta contra o problema mundial das drogas e o crime transnacional. Além disso, realizamos cursos de treinamento através do programa de Educação e Treinamento Militar Internacional e o Treinamento de Intercâmbio Conjunto Combinado com integrantes do Comando Naval de Operações Especiais de Guerra dos EUA. Também estamos integrados ao Exercício de Resposta Combinada e ao UNITAS.