A Marinha do Brasil (MB) celebrou, no dia 26 de agosto, 106 anos da Aviação Naval e a grande estrela do evento foi o recém lançado 1º Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas (EsqdQE-1). O novo esquadrão é composto de seis drones tipo ScanEagle, além de dois lançadores e dois recolhedores.
Segundo a MB, as aeronaves remotamente pilotadas serão usadas em missões de inteligência, vigilância e reconhecimento, para monitoramento de desastres, atividades de controle naval do tráfego, inspeção naval, prevenção de ilícitos, pirataria e terrorismo, além de operação de socorro e salvaguarda da vida humana no mar.
A criação do esquadrão com drones marca o início do uso de um novo meio para a MB, pois é a primeira vez que fará uso de aeronaves remotamente controladas.
“Hoje é um dia histórico para a Marinha do Brasil e a importância está relacionada ao fato que descortina o nosso futuro. E assim são os veículos aéreos não tripulados, cuja pedra fundamental a Marinha está colocando hoje, fruto de um esforço despendido pelas gerações que nos antecederam”, disse o Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, comandante da MB, na cerimônia de lançamento do EsqdQE-1.
As aeronaves são fabricadas pela Insitu, uma subsidiária da Boeing, e estão sendo testadas em terra desde março, quando chegaram dos Estados Unidos. O ScanEagle foi desenvolvido no início dos anos 2000 e implantado pela primeira vez no teatro de operações em 2004 com o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA. O novo esquadrão foi instalado na Base Aérea Naval da MB, em São Pedro da Aldeia, a cerca de 140 km do Rio de Janeiro.
O ScanEagle possui uma envergadura de 3,1 metros, comprimento de 1,67 m e peso máximo de decolagem de 23,4 quilos. Carrega uma carga paga máxima de 3,4 kg e atinge uma altitude de 5.944 m.
“O ScanEagle tem excelentes características. A primeira é porque ele é muito pequeno, sendo de difícil visualização. Ele tem uma capacidade de alcance em torno de 100 km, o que dá uma grande possibilidade de abrangência de vigilância. Não precisa de pista porque ele tem um lançador e um recolhedor; isso é um fator de força na utilização. Nós temos a capacidade de usá-lo tanto de terra como pelo mar. Ele tem o sensor tanto eletro-óptico como também em infravermelho e isso dá uma capacidade de 24 horas de operação”, disse o comandante do EsqdQE-1, Capitão de Fragata Fábio Nunes, no evento de celebração dos 106 anos da Aviação Naval, na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia, da MB.
A MB está realizando agora a instalação dos sistemas necessários para a utilização dos ScanEagle a bordo de embarcações, com previsão da primeira operação ser feita até dezembro.